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Biografia de
Manoel Miguel Martins
Barão com Grandeza
de Itacurussá
Manoel
Miguel Martins Barão de Itacurussá, nasceu em 10
de novembro de 1831 em Sant'Ana do Itacurusá
e faleceu em 01 de janeiro de 1911, filho de João
Martins e de Gertrudes Margarida. Casou em
09 de março de 1867, no Rio de Janeiro, com Jerônyma Eliza de Mesquita Baronesa de Itacurusá
nascida em 02 de junho de 1851 no Rio de Janeiro/RJ e batizada na Igreja de Santa Rita,
e falecida em 24
de setembro de 1917, filha de Jerônymo José de
Mesquita Conde de Mesquita e de Elisa Maria de Amorim.
Casaram-se em 09 de março de 1867 (portanto Jerônima
estava com 16 anos de idade) na Igreja de S. Francisco Xavier. Endereço
residencial Chácara dos Trapinheiros, Rua Francisco Xavier, 267, Maracanã, RJ
(hoje Colégio Militar). Desse casamento tiveram os seguintes filhos:
1- Jerônima
Martins, casada com João Manoel de Castro. Com Geração. 2- Elisa Martins, casou com Antonio Ferreira. Com Geração. 3- José de Mesquita Martins, nasceu em 1874 no Rio de Janeiro e falecido em 1916 em Lisboa aos 42 anos de idade. Este filho, além de exímio flautista, era importante filatelista de seu tempo e o comprador do "Bloco de 15 do 600rs Inclinados" texto abaixo. |
Título nobiliárquico de Barão de Itacurussá passado, a 25 de março de 1888, para Manuel Miguel Martins foi, anteriormente, barão de Itacurussá, sem grandeza. Título de origem toponímica. Ilha e povoação do Estado do Rio de Janeiro, lugar de onde era natural este titular. Do tupi ita, pedra, e kurusa, forma que os tupis deram à palavra portuguesa cruz. Lugar da cruz de pedra [Antenor Nascentes, Dic., II, 152
Biografia de
Manoel Miguel Martins
Segundo Período - 1900
a 1906
Apurou-se que o Barão com grandeza de Itacurussá (1889) era Manuel Miguel Martins (1831-1911), homem riquíssimo, proprietário de terras e capitalista do Rio de Janeiro. Sua esposa era a baronesa Jerônima Elisa de Mesquita Martins, filha do conde de Mesquita e neta do marquês de Bomfim. O Barão foi o grande comprador do Leilão do Paço Imperial, onde além de muitas preciosidades, adquiriu todo o serviço de porcelana do casamento de D. Pedro I e D. Amélia de Leuchtemburg. Seu filho, além de exímio flautista, importante filatelista de seu tempo e o comprador do "Bloco de 15 do 600rs Inclinados" texto abaixo, chamava-se José de Mesquita Martins (1874-1916), nascido no Rio de Janeiro e falecido em Lisboa aos 42 anos de idade.
Curiosidades
600 RÉIS
INCLINADOS - BLOCO DE 15
* Paulo Comelli
Descrição:
600 réis Inclinados, segunda emissão do Brasil, bloco usado de 15 (3x5), papel fino cinzento, canto inferior esquerdo da folha e apresentando a linha externa inferior do quadro e traço dela à esquerda. Margem esquerda e inferior excepcionais, a superior curta e a direita boa. Algumas imperfeições na parte superior. Obliteração manuscrita à pena.
Maior múltiplo usado conhecido.
Procedência: Lindgren, Mesquita Martins, Lemaire, Caspary, d'Almeida, Kuyas, Meyer.
A HISTÓRIA
Primeiro Período - até 1900
A primeira notícia que se tem desse bloco data do ano de 1900 e é produzida pela revista "O Philatelista Paulista", na edição de outubro/dezembro de 1900, órgão da Associação Filatélica do Brasil, São Paulo, que informava: "Bloco de 15 Selos - 600 réis de 1844. Sabemos que já se acha a venda no Rio de Janeiro, com importante negociante, um belíssimo 'Bloc' de 15 selos de 600 réis, Inclinados, de 1844, unidos por cinco tiras horizontais de três selos anulados por cinco traços a pena. Lastimamos que esta raridade se apresente obliterada postalmente e que nos faça supor seja ela encontrada em arquivos e usada, cremos nós, como selos para verba em falta de outros emolumentos. Simples suposição. Este 'Bloc' valorizado pelo Senf, 1900, calcula-se em DM.3.750, quando usado postalmente".
Nota do autor: O 600rs Inclinado não é de 1844, mas sim de 1845. Ao que tudo indica este bloco foi usado como selo fiscal.
No órgão periódico editado pelos comerciantes filatélicos J. Costa e G. Amaral, "O Philatelista", de 15 de agosto de 1908 - Rio de Janeiro, extraímos do artigo, 'Duas Raridades do Brasil', a extensa notícia na íntegra: "Conforme notícias que se publicou n'outro lugar, foram admirados na Exposição de Selos Raros, que se realizou ultimamente na França, duas verdadeiras raridades do Brasil. A primeira é representada por um "Olho de Boi" de 30 e 60 réis, completamente unidos. Apesar de terem sido impressos na mesma folha os três valores daquela série, o referido par é o único até hoje conhecido. A segunda raridade compõe-se de um bloco de 15 selos de 600 réis 'Inclinados', o que é também muito difícil de se conseguir hoje. Essas raridades foram adquiridas aqui, no Rio de Janeiro, mais ou menos nos anos de 1899 ou 1900, por conhecido filatelista que muito salientou-se pela sua paixão filatélica, sendo a primeira por dois contos de réis (2:000$000) e a segunda por oito contos de réis (8:000$000). Segundo estamos informados, tempos depois o referido filatelista, desgostoso com a moléstia de que foi acometido, fez doação da sua magnífica coleção, na qual dispensou mais de quatrocentos contos de réis (400:000$000), aos frades do Castelo. Estes, ignorantes dos valores dos exemplares que encerravam a referida coleção, distribuíram, ou venderam a baixo preço tudo o que ela encerrava. Eis aí, por que aquelas raridades foram aparecer em Paris...".
O valor acima citado de oito contos de réis eram cerca de US$1.200,00 (mil e duzentos dólares) ao câmbio da época.
O referida notícia trata também em destaque de outra famosa peça da Filatelia Brasileira, a "Tira Pack", a trinca vertical dos "Olhos de Boi" de 30, 30 e 60 réis. Ambas as peças estão intimamente ligadas entre si, pelo menos, na parte inicial de suas histórias Tais peças têm uma história repleta de registros, talvez por se situarem como principais protagonistas da alvorada de nossa filatelia e o envolvimento de um múltiplo dos selos da segunda estampa, os Inclinados, neste contexto, eleva sua próprio relevância.
Podemos depreender de todo esse longo trecho explicativo que essa valiosa peça poderia estar inicialmente também em poder do colecionador Carl J. Lindgren, em 1900, residente no Rio de Janeiro, pois está comprovado, era ele o proprietário do famoso "Terno Xifópago" e fora o vendedor do referido "Terno" pelos dois contos de réis, através do negociante filatélico do Rio de Janeiro, Felizardo Figueiredo. Portanto, é bastante plausível que o proprietário de ambas raridades fosse o Sr. Lindgren, já que surgiram na mesma época e foram negociadas quase que ao mesmo tempo.
Era conhecido nos meios filatélicos por Charles (ou Chas.) J. Lindgren. Nascido na Bahia (Salvador), em 23 de Dezembro de 1846, foi, como seu pai, Vice-Cônsul da Suécia e Noruega na capital da Província da Bahia. Faleceu no Rio de Janeiro em 14 de Janeiro de 1916.
O uso do negociante de
selos para promover as vendas era bastante comum naquele tempo como aconteceu
com ambas as peças. Com toda a certeza e como dá a entender o trecho acima, o
comprador das duas peças era o mesmo. Não resta dúvida, o comprador de ambas
raridades fora o filho do Barão de Itacurussá, que pagara os dois contos de réis
pelo "Terno Xifópago" e oito mil contos de réis pelo "Bloco de
15", que morreria anos depois em razão de uma tuberculose e que antes de
morrer doara sua coleção aos frades.
Fonte: Redação e pesquisa elaborada pelo descendente do Barão, o Dr. Kenneth Henry Lionel Light. Caso você tenha mais informações adicionais, sobre nossos ancestrais escreva-nos um e-mail: khlight@attglobal.net. Grato.