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Biografia de
2º Barão de Bonfim
José Jerônymo de Mesquita
José Jerônymo de Mesquita, 2º Barão de Bonfim, nasceu em 15 de novembro de 1856, faleceu em 28 de setembro 1895, filho de José Francisco de Mesquita - 1º Barão de Bonfim, nasceu em 11 de janeiro de 1790, no Arraial de Congonhas do Campo, Freguezia da Villa de Queluz, Bispado de Marianna, província de Minas Geraes, e faleceu em 11 de dezembro de 1873 e Francisca de Paula Freire de Andrade - Baronesa de Bonfim, que nasceu em 1788 e faleceu em 1852 em Marianna, filha do Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrade que nasceu em 1756 e faleceu em 1802, e Isabel Carolina de Oliveira Maciel. Casou em 29 de julho de 1879 com Maria José Vilas Boas de Siqueira Mesquita que nasceu no dia 28 de janeiro de 1862, na fazenda da Glória, em Angustura (MG), filha de Josefina Vilas Boas de Siqueira, e de Antônio Antunes Siqueira. Desse casamento tiveram os seguintes filhos:
1-
Francisca de Paula Mesquita (casada passou a chamar-se Francisca
de Paula Lynch), nasceu em 31 de maio de 1881 na Fazenda Paraíso,
na cidade de Leopoldina no Estado de Minas Gerais, faleceu em 1982 no
Rio de Janeiro/RJ. Casou com Edmund Lionel Lynch, nasceu em 9 de setembro
de 1869, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e faleceu em 1 de junho de 1944,
era Cavaleiro da Ordem de S. Gregório. Dedicou grande parte da sua vida a obras de caridade e de ajuda a igreja Católica. Foi condecorado, porque foi responsável pela organização e o levantamento financeiro para criar o Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Até hoje esta
Instituição, conhecida do clero brasileiro pois é lá que se
hospedam, mantém o seu retrato no hall de entrada. Desse casamento
tiveram os seguintes filhos:
2- Maria José de Mesquita - Condessa Morcaldi, nasceu em 1887 na Fazenda Paraíso, Leopoldina, MG e faleceu em 1980 no Rio de Janeiro/RJ. Casou com Paolo Morcaldi que faleceu em Roma na Itália em 1964. Sem geração. 3- Jerônimo José de Mesquita, nasceu em 1888 na Fazenda Paraíso, na cidade de Leopoldina no Estado de Minas Gerais, faleceu em 1944 no Rio de Janeiro. Casou com Maria Luíza Frederica Avé Pretch, que nasceu em 1901 e faleceu em 1967. Desse Casamento tiveram os seguintes filhos:
4- Antônio José de Mesquita e Bonfim, nasceu em 1893, na Fazenda Paraíso, na cidade de Leopoldina no Estado de Minas Gerais, faleceu solteiro em 1955, no Rio de Janeiro/RJ. 5- Jerônima de Mesquita |
Biografia de
José Jerônymo de Mesquita
2º Barão de Mesquita
Criado Barão a 19/08/1888
Era o favorito do seu avô, o marquês de Bonfim. Quando casou recebeu de presente do seu avô a Fazenda
Paraíso em Leopoldina, MG. Era uma excelente propriedade com seus 300 escravos e abundante cafezais. Ali viveu com sua esposa, durante boa parte do ano. Todos os filhos do casal lá nasceram e lá foram criados. Professores para as crianças, vindos do Rio de Janeiro, padre, marceneiro da família e outros faziam parte desta pequena comunidade. Os escravos eram bem tratados e os seus filhos também tinham aulas, inclusive de música - foi construída uma sala de música (que existe até os dias de hoje) e formado uma
orquestra que tocava no jantar. Conta uma de suas filhas - Francisca de Paula, minha avó - que todos as tardinhas as escravas mulheres se reuniam na casa grande aonde cada tinha um pequeno banco, com uma gaveta, aonde guardavam os seus trabalhos manuais; assim passavam algumas horas distraídas
conversando enquanto costuravam, faziam renda etc.
Casada aos 17 anos, agraciada com o título de baronesa aos 26 anos (1888), tornou-se viúva aos 33 anos de idade. Faleceu em 1953, com 91 anos, o último membro da nobreza do 2o Império a desaparecer.
Viveu na Europa durante grande parte das primeiras duas décadas do século XX, principalmente em Paris no mesmo hotel preferido dos brasileiros, inclusive de Santos Dumont. Ao retornar dedicou grande parte da
sua vida a caridade.
Baronesa do Bonfim (1862-1953)
Nobre e assistencialista.
Biografia de
Maria José Vilas Boas de Siqueira Mesquita
Maria
José Vilas Boas de Siqueira Mesquita nasceu na fazenda da Glória, em
Angustura (MG), no dia 28 de janeiro de 1862, filha de Josefina Vilas Boas de
Siqueira, de uma família de fazendeiros, e do rico cafeicultor Antônio
Antunes Siqueira. Estudou no Colégio de Mariana, uma das poucas instituições
de ensino, na época, destinadas às filhas da elite brasileira.
Aos
18 anos casou-se com José Jerônimo de Mesquita, filho de um dos maiores
comerciantes de pedras preciosas do Império, o marquês de Bonfim. Ao casar-se,
José Jerônimo recebeu de seu pai a fazenda Paraíso, em Leopoldina (MG), onde
passou a residir com Maria José.
Em
1886, às vésperas da Abolição, decidiram libertar 300 escravos de suas
propriedades. Em reconhecimento, o imperador Pedro II concedeu-lhes os títulos
de barão e baronesa. Assim, o casal ingressou na nobreza brasileira.
Viúva
aos 34 anos, passou a dividir-se entre longas temporadas na Europa (França e Suíça)
e suas propriedades no Brasil. Do casamento haviam nascido cinco filhos: Jerônima
Mesquita*, Francisca de Paula Lynch, Jerônimo Mesquita, Maria José e Antônio
José de Mesquita e Bonfim.
No
Brasil, alternava seu tempo entre a fazenda da família e estadas na cidade do
Rio de Janeiro, em sua residência no bairro do Flamengo. Quando estava no Rio,
promovia um chá em sua casa todas as quintas-feiras. A estas reuniões
compareciam membros destacados da elite carioca e personalidades estrangeiras em
visita ao Brasil, como madame Chian Kai Chek e madame Curie. A pianista Guiomar
Novaes*, sua amiga pessoal, costumava também hospedar-se em sua casa quando
vinha ao Rio de Janeiro.
Renomada
anfitriã, a baronesa aboliu as bebidas alcoólicas dos encontros que promovia.
Também seus filhos, especialmente Jerônima, engajaram-se em campanhas contra o
álcool, promovendo a formação de entidades de auxílio a dependentes de
bebida.
Muito
católica, combinava sua faceta de anfitriã com uma intensa atividade de assistência
social. É versão corrente entre seus descendentes que teria vendido um valioso
diamante cor-de-rosa, presente de seu sogro, para adquirir o terreno onde foi
construído o sanatório São Miguel, em Correias, região serrana fluminense,
destinado a crianças e mulheres tuberculosas*. Além da fundação desse sanatório,
a baronesa também usou seu prestígio junto aos membros da elite carioca a fim
de levantar recursos para concluir a obra e sustentar seu funcionamento.
Participou do grupo das Damas da Cruz Verde, responsável pela criação da
maternidade Pró-Matre, no Rio de Janeiro, e de outras obras de assistência
social, como a Cruzada Nacional contra a Tuberculose e o Serviço de Obras
Sociais (SOS). Também foi fundadora e membro ativo da Federação de
Bandeirantes do Brasil.
De
seus filhos, Jerônima foi a que participou mais intensamente das atividades da
mãe, compartilhando seus princípios. Em contrapartida, a baronesa contribuiu
com seu prestígio social e suas relações influentes para o sucesso das
iniciativas de Jerônima e Bertha Lutz* no campo do movimento feminista.
Comparecia aos grandes eventos promovidos pela Federação Brasileira pelo
Progresso Feminino* (FBPF) ou recepcionava celebridades convidadas pela Federação
a integrar os congressos feministas realizados no Rio de Janeiro (1922, 1931 e
1936).
Faleceu
no Rio de Janeiro, em sua residência, a 18 de outubro de 1953.
Fontes:
Jornal do Commercio, 20.10.1953; Última Hora, 19.10.1 953; Entrevista com Adèle
Lynch (neta da baronesa e sobrinha de Jerônima) concedida a Teresa Novaes em
13.1 .1999.
Publicação:
Dicionário Mulheres do Brasil – Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil -
Jorge Zahar Editor, RJ.
*Humberto
de Campos escreveu uma crônica sobre essa generosidade, Sombras que Sofrem, (crónicas),
p. 108, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1935.
Durante
a 2a guerra reunia a sociedade carioca no seu palacete em Botafogo para, junto
com os recém chegados príncipes poloneses Czartoryski, costrar roupas para
serem enviadas aos combatentes poloneses na Grã-Bretanha.
Fonte: Redação e pesquisa elaborada pelo descendente do Barão, o Dr. Kenneth Henry Lionel Light. Caso você tenha mais informações adicionais, sobre nossos ancestrais escreva-nos um e-mail: khlight@attglobal.net. Grato.
Vide também as seguintes referências:
Annuário Genealógico Brasileiro
Vol. I p. 97, Vol. III p. 170, Vol. V pp. 57 e 107-108.