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História das cidades pelos trilhos da estrada de ferro
Pesquisadores
visitam mais de 40 cidades para levantar a importância social do trem
Humberto
de Castro/AAN
Adílson
Martins (E) e Aparecido Marcondes: busca pela identidade visual das cidades
UBIRATAN
BRASIL
A
estrada de ferro desperta duas emoções especiais
Em
1992, recém-formados pela PUC de Campinas, Marcondes e Martins saíram em um
velho Corcel e, durante sete dias, percorreram mais de 5 mil quilômetros,
passando por 40 cidades e registrando o que sobrou da grande fase do transporte
de trem, especialmente no progresso do interior paulista e a cultura de café.
"Começamos na estação central de Mogi-Mirim e, de carro ou a pé,
chegamos até Minas Gerais, onde terminou o roteiro", lembra Marcondes.
Ao
longo do percurso, fotografaram ruínas das estações e dos trilhos, além de
coletarem fatos emocionados - cada pessoa ouvida apresentava um documento
precioso sobre a história da ferrovia, que coincidia com a própria evolução
das cidades. "Todos queriam saber, ansiosos, se a estrada voltaria a
funcionar, o que revela sua importância."
Ao
longo da viagem, os historiadores descobriram verdadeiras pérolas arquitetônicas
praticamente esquecidas. Como uma ponte de ferro abandonada, próxima à estação
de Tapir,
As
marcas do progresso ainda são visíveis nas estações que foram parcialmente
conservadas (transformadas, muitas vezes, em centros culturais) e nos centros
comerciais que surgiram por conta do transporte férreo. Como um mercado do século
19 em Mogi-Guaçu que ainda estava
Todos
os relatos foram cuidadosamente anotados em um bloco - em determinados momentos,
alguns moradores, decididos a deixar um registro fiel, anotavam de próprio
punho suas lembranças, como aconteceu em Guaxupé (MG). "Longe de
carregarem tristezas, essas lembranças sempre traziam vida", comenta
Marcondes.
O
material resultou na exposição Imagens do Interior: Caminhos de Nossa
Juventude, com 40 imagens e 9 textos que revelam a íntima relação da Mogiana
com as pessoas que, em algum momento da vida, tiveram lembranças marcadas pelo
apito do trem. "As histórias estão intactas na memória das pessoas, daí
o motivo de conciliar imagem com depoimentos", explica Marcondes. A exposição
estreou em setembro, em Campinas, iniciando uma carreira que pretende
compreender 15 cidades.
Nesta
semana, Marcondes conversou com os responsáveis pelo Museu da Pessoa e fechou
uma parceria na logística da realização do projeto. E os historiadores
pretendem ampliar os planos, realizando agora um documentário além de editar
em livro todas as informações e imagens recolhidas. Com isso, pretendem não
apenas resgatar um importante fato da história como também apontar a
necessidade de uma identidade visual urbana para as cidades do interior. Os
interessados em participar devem contatar Aparecido Marcondes pelo telefone :
(0--11) 9869-3928.
http://www.estado.com.br/editorias/2003/02/21/cad025.html
Fonte:
Matéria enviada por:
José Eduardo de
Oliveira Bruno - SP, junho de
2004.
E-mail: jeobruno@uol.com.br e ou/ jeobruno@hotmail.com