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Biografia de
João da Silva Pinheiro Freire
(1830 - 1904)
João da Silva Pinheiro Freire, nascido a 12 de janeiro de 1830, no estado da Bahia, fixou residência entre nós onde compartilhou com a comunidade o melhor do seu nobilíssimo espírito. Faleceu em 27 de fevereiro de 1904.
Além de caridoso médico, também foi Delegado de Polícia, Delegado de Higiene Municipal de Governador e Paquetá, Juiz de Paz e Intendente Municipal.
Era amigo e correligionário político do Comendador Pedro José Serqueira, ao qual ajudava a organizar as Festas de São Roque.
A Ilha de Paquetá deve ao Dr. Pinheiro Freire: (cf. Marcelo Limoeiro Cardoso)"O abastecimento de água potável canalizada; a iluminação elétrica; uma rede de esgotos sanitários; uma equipe permanente de doze homens para a limpeza de nossas praias; a regulamentação de normas para a exploração de conchas pelas caieiras, impedindo a escavação das praias até 1 km de distância da orla, nas marés baixas; o primeiro Posto Telegráfico de Paquetá; Isenção de impostos para as famílias paquetaenses que sofreram prejuízos em suas casas durante a Revolta da Armada."
Foi também ele, na qualidade de Intendente Municipal, quem recepcionou o Padre Juvenal quando este aqui chegou.
O que mais destacou a passagem de Pinheiro Freire entre nós foi que amou profundamente Paquetá e seus moradores, podendo ser considerado um dos maiores benfeitores do lugar.
Exerceu medicina cerca de quarenta anos, atendendo e medicando, até mesmo sem nada cobrar, a todos quantos lhe batessem à porta. Manipulava os remédios e os dava aos seus clientes pobres.
Juntamente com sua amantíssima esposa, a Sra. Maria da Natividade Pinheiro Freire, cujo nome ficou eternizado pela gratidão dos paquetaenses, perpetuando-lhe a memória com o nome de uma de suas ruas, constituiu-se num mais belos exemplos de aplicação na própria vida dos ensinamentos de Jesus Cristo, no que se refere à compaixão, à caridade e amor ao próximo.
Diariamente ofereciam em sua casa a famosa Refeição dos Pobres a todos quanto atendiam ao repicar do sino que ali tocava na hora do almoço.
Ao contrário do que se possa imaginar, Pinheiro Freire nunca foi rico, pois exercia a medicina junto à classe popular e não visava lucros, antes, dedicava remédios e alimentação aos desvalidos. Assim, o casal Pinheiro Freire jamais conseguiu adquirir casa própria; moravam de aluguel.
O dia 27 de fevereiro de 1904, data do desaparecimento físico de Pinheiro Freire enlutou nossa querida Paquetá. O comércio fechou as portas, em luto respeitoso, para o cortejo fúnebre, o qual ficou marcado na história da Ilha. O féretro foi acompanhado pela Banda do Corpo de Bombeiros regida pelo Maestro Anacleto (outro ilustre paquetaense que trataremos mais adiante); executava em surdina a Marcha Fúnebre Pinheiro Freire, último presente do Maestro ao seu protetor e amigo morto.
A comunidade paquetaense jamais esqueceu o nobre benfeitor, colocando seu nome numa das ruas centrais da Ilha.
A Academia de Artes, Ciências e Letras da Ilha de Paquetá eternizou a memória de João da Silva Pinheiro Freire, consagrando-o patrono da Cadeira nº 22, da qual o autor deste site tem a honra de ser o dignitário.
Eis aqui um dos vultos históricos mais ilustres, a quem a Ilha de Paquetá deve muita gratidão e eterna memória. Sua vida e obra é exemplo de Bem, no qual deve mirar-se e inspirar-se nossa juventude.
Fonte: http://www.memoriapaquetaense.hpg.ig.com.br/index.html