|
Biografia de
Felipe dos Santos Freire
Felipe dos Santos Freire nasceu em Portugal e viveu em Vila Rica (posterior Ouro Preto)no estado de Minas Gerais no Brasil. Liderou a chamada revolta de Vila Rica, movimento político no Brasil colonial contra as autoridades portuguesas. No ano de 1720, ocorreram duas rebeliões contra a proibição da saída de ouro em pó da região das Minas, ambas sufocadas por D. Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar, governador da capitania. A primeira, encabeçada pelo paulista Domingos Rodrigues do Prado, foi em janeiro na localidade de Pitangui. A segunda, em 28 de junho, ocorreu em Vila Rica. Ambas eram revoltas contra a lei de 11 de fevereiro de 1719, que obrigava a transformação do ouro em pó em barras de ouro nas casas de fundição locais. Desse modo, só podiam ser negociadas barras cunhadas com as armas del-Rei e com desconto de um quinto do montante, que ficava para a coroa. Às onze horas da noite de 18 de junho de 1720, sete mascarados, acompanhados de muitos negros escravos, invadiram Vila Rica, depredaram residências e exigiram aos gritos que o governador não abrisse as casas de fundição. No dia 2 de julho, mais de mil insurretos ocuparam Ribeirão do Carmo, onde se alojava o conde, e obtiveram a promessa do governador de que a lei seria suspensa e o motim perdoado. Nova revolta, porém, eclodiu no dia 12 de julho do mesmo ano. O conde de Assumar, no dia seguinte, colocou a prêmio as cabeças dos revoltosos: ofereceu cem oitavas de ouro a quem matasse qualquer um deles e autorizou a população a atirar nos mascarados que perturbavam a ordem pública. Em 14 de julho, tendo reunido forças suficientes, o conde esmagou a rebelião. O local onde costumavam se refugiar os mascarados, o arraial do Morro, em Ouro Podre, foi incendiado. O chefe ostensivo do movimento era o impetuoso Felipe dos Santos Freire, que, durante uma pregação revolucionária em Cachoeira do Campo, foi preso e condenado à morte. Em 21 de julho de 1720, Felipe dos Santos Freire foi enforcado em Vila Rica e em seguida teve o corpo atado às caudas de quatro cavalos e esquartejado. A pena foi considerada excessiva pelas autoridades portuguesas, mas o conde de Assumar justificou o rigor pela necessidade de dar exemplo e intimidar a população.
Fonte: http://www.inconfidentesmg.com.br/iol2004/informacoes_diversas/biografia.html