Prof. Dr. Waldemar Baroni
Santos
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Waldemar Baroni Santos em sua sala de estudos
Por
Consuelo Maria Freire Guimarães
Conheci
neste ano de 2007 o
professor e mestre em Heráldica Prof. Dr. Waldemar Baroni Santos, ou
simplesmente Professor Baroni como ele gosta de ser chamado pelos
amigos, quando do nosso pedido de informações
sobre Heráldica, matéria relacionada com a genealogia, que é uma
área da qual, há vários anos estamos nos aprofundando, e não foi
difícil perceber, pelo interesse e pela seriedade dos assuntos por
ele tratados, que ali estava uma pessoa que faz honrar a trajetória
dos que exercem o magistério e domina tão profundamente a Arte da
Heráldica. Pessoalmente fui conhecê-lo.
Foi com muita atenção que ouvi aquele senhor de cabelos brancos em
seus 92 anos, e pleno de sabedoria, explicando-me em sua
apresentação pormenorizadamente, sua trajetória de vida, e os
motivos que o levaram a escrever os Tratados de Heráldica, que já é
uma obra clássica, a idéia central dos livros, foi descrever como
nasceu a Heráldica, suas formas e sua utilização, orientando os
leitores nas questões nem sempre fáceis, ao contrário, complicadas. Podemos imaginar a dificuldade do professor em uma matéria
secular que integra o sistema nobiliárquico. "Se desejarmos definir o que seja Nobreza,
veremos que pode ser ela considerada, sob diversos aspectos:
Qualidade ou Caráter Nobre, Fidalguia, Excelência, Dignidade,
Nobreza de Estilo, Nobreza Titulada Civil ou Religiosa,
Magnanimidade, Generosidade, Longanimidade.
A Nobreza Titulada Civil é conferida por um Soberano; a Religiosa,
pela Santa Sé ou por uma Sede Patriarcal Ortodoxa. Que fique bem
claro: Nobreza não se cria. Ela já existe na pessoa física do
beneficiário, como se depreende pelo capítulo a seguir. O Poder Real
a reconhece, confirma, e a premia por meio de títulos de Nobreza. Os
Chefes de Estado de uma República assim o faz com a outorga de
medalhas de mérito, de heroísmo e títulos honoríficos." (Waldemar Baroni Santos Tratado de Heráldica vol.III pag. 33 -2004)
Não faltam
méritos ao professor Waldemar Baroni Santos para a realização do
trabalho a que se propôs. Sua intimidade com a ciência à qual
empresta o melhor de si é reflexo do longo tempo que lhe dedicou em
interesse, estudo e pesquisa. O corolário dessa relação foram os
Tratados, feitos, de resto, com critério e competência, como
menciona Manoel Lelo Belloto:
Deu origem a este Tratado de Heráldica uma série de artigos
publicados originariamente na Revista Dom Bosco, na Revista Gama
Estudantil, na Revista São Paulo Magazine e no Diário Popular de São
Paulo, entre os anos de 1948 e 1970.
Retomou-os o Autor, refundiu-os, acrescentou-lhes, atualizou-os e
nos oferece hoje, em boa hora e oportunamente, um livro que, pelo
didatismo, disposição, clareza e abrangência do conteúdo, vem ocupar
um lugar de destaque na bibliografia sobre Heráldica e Direito
Nobiliário até agora publicada no Brasil, de consulta obrigatória na
eventualidade da criação de uma disciplina de Heráldica nas
Faculdades de Arte do País.
Trata-se, fundamentalmente, de uma obra sobre Heráldica de Família,
de Domínio e Eclesiástica, minuciosamente exemplificada e amplamente
ilustrada.
MANOEL LELO BELLOTTO - Diretor do Instituto de Artes do Planalto -
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Tratado de
Heráldica vol.I, pág. 5 e 6)
O que é o estudo da Heráldica? Para o Professor Baroni, a seguir
reproduzo um trecho do livro Tratado de Heráldica - Volume I, pag.
07, em seu Prólogo:
O estudo da Heráldica, além de sublime, porque empolga qualquer
historiador, tem o condão de atrair, em suas malhas, os afeiçoados
pelas artes em geral.
A maioria dos Institutos Históricos e Geográficos possui uma seção
de Heráldica que congrega especialistas de rara cultura.
A Heráldica, longe de ser uma ciência estática, evolui com o tempo e
acompanha, pari passu, as novas conquistas do saber humano.
Este nosso trabalho, não obstante advir de longos anos de pesquisa,
é uma despretensiosa contribuição aos que procuram um Manual de
Consultas, em língua portuguesa, com exemplos bem brasileiros,
calcados na Heráldica de Família, de Domínio ou Eclesiástica. É o
culto às nossas tradições; é uma homenagem aos homens que
construíram a nossa nacionalidade.
A Heráldica não se fixa somente na Nobreza. Comparece, também, nas
lides militares, nas entidades estatais e municipais, nas
associações religiosas e civis, nas competições desportivas e
agremiações escolares.
O estudo da Heráldica é, portanto, útil e fascinante não só aos que
manuseiam alfarrábios, mas também aos que amam o Belo e a Cultura.
A esses estudos fomos conduzidos, desde o alvorecer de nossa
juventude, pelo mui pranteado abade premonstratense Dom Alderico
Lambrechts, Reitor do antigo Seminário Menor Metropolitano de
Pirapora, que nos incumbiu de desenhar e iluminar, a cores, os
brasões dos bispos que adornavam as paredes de seu salão de festas.
A nossa íntima e inesquecível amizade com Dom José Gaspar de
Afonseca e Silva, antigo Reitor do Seminário Central da I.C. do
Ipiranga, onde com avidez, nos eleamos, nos meandros da perene
Filosofia Escolástica de Sto. Tomás D'Aquino, firmou os nossos
pendores para esta magnífica, estupenda e heróica arte dos brasões.
A este ilustre prelado, eleito, posteriormente, IIº Arcebispo de S.
Paulo, deve-se a comovente apoteose, em 1942, do IV.º Congresso
Eucarístico Nacional.
Muito nos honra ter ciência de que alguns autores se tenham servido
de nossas linhas, já anteriormente publicadas, para robustecerem as
páginas de seus trabalhos. O fato de se terem olvidade de mencionar
a nossa fonte, em nada diminui o bom conceito que fazemos desses
escritores...
0 nosso primeiro trabalho de fôlego, no gênero, foi gentilmente
agasalhado, em 1948, pela Revista Dom Bosco, do Liceu Coração de
Jesus, dos Padres Salesianos, onde lecionamos durante 29 anos. A
propósito, honra-nos aqui fazer alusão aos quarenta e quatro anos de
exercício ininterrupto no Magistério paulista Não tem sido em vão o
nosso trabalho: aí esta uma legião de ex-alunos nossos que hoje
pontificam na Magistratura, nas Artes e nas Ciências. Somos-lhes
gratos pelas dezoito vezes que nos alçaram às honras da
Paraninfatura e ao Patronato de cerimônias de formaturas.
Posteriormente, em 1958, em 1962 e em 1970, a Revista Gama
Estudantil, a Revista São Paulo Magazine e o Diário Popular, onde,
por vários anos, exercemos as funções de Assessor de sua Diretoria,
mui bondosamente, deram a público o fruto de nossos esforços que,
mui modestamente têm contribuído para enaltecer a cultura nacional.
Às suas Diretorias, a nossa imorredoura gratidão.
Cumpre-nos, neste passo, agradecer, outrossim, a inúmeras
instituições de renome internacional que se dignaram nos acolher no
rol de seus ilustres membros, laureando-nos, premiando-nos e nos
dando novos alentos.
É-nos grato dar aqui uma ênfase especial aos estudos da HERÁLDICA
ECLESIÁSTICA, DA HERÁLDICA DE DOMÍNIO e aos de DIREITO NOBILIÁRIO.
Se os eruditos e especialistas nos honrarem com suas críticas e
observações, desde já, nos confessamos sinceramente reconhecidos.
Que relevem, com benevolência, as nossas deficiências não obstante
termos combatido bem o nosso combate, no dizer do Apóstolo a
Timóteo: "Bonum certamen certavi, cursum consummavi, fIdem servavi"
- Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. (Ep. II
ad Timotheum, IV. 7).
São Paulo, 19 de novembro, dia festivo da Bandeira Nacional, de
1978.
Waldemar Baroni Santos (o autor).
A riquíssima
experiência do Professor Waldemar no campo da Heráldica foi
divulgada nos quatro livros de sua autoria:
- Tratado de
Heráldica Vol I, as
primeiras edições foram divulgadas na forma de capítulos, pelas
seguintes revistas: 1ª edição, publicado pela Revista Dom Bosco em
1948, 2ª edição publicado pela Revista Gama Estudantil em 1958, 3ª
edição publicado pela Revista São Paulo, Magazine em 1962, 4ª edição
publicado pelo Diário Popular, em 1970, e a 5 edição Tratado de
Heráldica vol. I,
composta e impresa no
Departamento Grafico da Faculdade Franciscana em Bragança Paulista
em 1978.
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1° Volume é um
alentado trabalho, profusamente ilustrado, a bico de pena, da lavra
de seu próprio Autor e com Prefácio do Prof. Dr. Manoel L. Belloto,
Diretor daquela unidade universitária.
As primeiras edições foram divulgadas, em forma de capítulos, por
diversas revistas, inclusive o Diário Popular.
Esta edição - a 5ª — está completamente refundida e ampliada, com
duas partes distintas:
Na 1ª, sob o título de "Heráldica Geral", expõem-se, toda a técnica
dos brasões, suas leis, sua feitura e sua interpretação; a Heráldica
de Domínio, explicando como se confeccionam brasões de vilas,
cidades e capitais; um estudo sobre Ex-Libris e uma estupenda
análise sobre Heráldica Eclesiástica, inédita em todo o mundo.
Neste capítulo, faz o Autor um minucioso estudo sobre os brasões de
todos os bispos que ocuparam o sólio paulopolitano, reportando-se a
seu conhecido trabalho sobre a "Heráldica dos Bispos de São Paulo",
publicado em "A Igreja nos Quatro Séculos de S. Paulo", por ocasião
do IVº Centenário da Capital Paulista.
A par disto, como pressuposto doutrinário e histórico, oferece-nos o
seu Autor, um estudo sobre as vestes e objetos litúrgicos, bem como
um resumo da doutrina de Sto. Tomás D'Aquino sobre os participantes
da Corte Celeste que possam interessar, como figura angelicais, os
brasões religiosos.
Na 2ª Parte, sob o título de "Direito Nobiliário", inaugura, seu
Autor, como, jornalista e advogado, uma nova especialidade no âmbito
do Direito. Analisando e comentando numerosas sentenças do Poder
Judiciário Italiano, no que tange à Nobiliarquia, erige-se uma
inédita e desconhecida Jurisprudência. Neste capítulo, ainda,
examina, seu Autor, todas as modalidades de títulos nobiliários,
seus privilégios heráldicos e jurídicos, através dos tempos.
Em apêndice, diversos assuntos são tratados, mormente sobre a
genealogia da Casa Imperial Brasileira dos Orléans e Bragança e da
ilustre e fidalga Casa dos D'Aquino.
Numerosos brasões de famílias, principalmente brasileiras, são
também coligidos e examinados e que irão suscitar real interesse
entre artistas, historiadores e genealogistas. Bragança Jornal de
18-1-1978 La Lâmpada, N. 329/335.
- Tratado de
Heráldica, Volume II,
edição, publicada pela Copiador Continental, em 1990.
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O 2° Volume,
focaliza, de modo particular, o Direito Nobiliário, inteiramente
ilustrado com desenhos de sua lavra.
Em torno deste núcleo, com habilidade magistral, faz o Autor
gravitar diversos temas, inéditos muitos deles, que intimamente se
relacionam.
A partir da teoria do Direito Divino, na esteira de Hobbes, Bossuet
e outros escritores cristãos, expõe o Autor sua doutrina com sólida
argumentação, clareza sem par e precisão didática, de onde fluem os
poderes e as prerrogativas da soberania dos reis que, extintos seus
tronos, se projetam em seus herdeiros e sucessores, na figura dos
Chefes, de Nome e de Armas de. sua Dinastia.
Envolvendo seus leitores num emaranhado de ricos e oportunos
ensinamentos, brinda-lhes o Autor com conhecimentos novos não antes
ventilados nem expostos por pesquisadores de renome que o
precederam. Terá o leitor oportunidade de se enfronhar nas questões
da Sagração dos Reis; da Gênese das Prerrogativas Reais, da Outorga
e o Uso de Dignidades Nobiliárias; do Poder Judiciário e as
Entidades Canônicas; das Características, Legitimidade,
Doutrina e Jurisprudência das Ordens de Cavalaria, desde os tempos
medievais; do Código de Honra e da Investidura de um Cavaleiro
Cristão e outros temas de interesse, encerrando este volume com a
transcrição do original, na íntegra, de diversas sentenças
prolatadas pelo Poder Judiciário italiano, no que concernem ao
Direito Nobiliário.
D Prof. Waldemar Baroni Santos, tendo conquistado, com brilho, o
grau de Doutor de Estado em Letras e Ciências Humanas — opção
História — por defesa de tese na Universidade de Reims, França, teve
seu título reconhecido, por Processo de Equivalência, pelo Conselho
Universitário da UNESP e homologado pelo Despacho n.2677 do
Magnífico Reitor Prof. Jorge Nagle (Diário Oficial do Estado de
26.10.1985), o quê lhe valeu uma homenagem, em 15.04. 85, do
Congresso Nacional e grande repercussão na Imprensa do Brasil e de
outros países.
Em 15.09.1987, num pleito internacional, foi eleito, por
unanimidade, Membro da Comissão, com jurisdição na América, da "The
International Commission for the Recognition of Orders of Chivalry"
e, em 26. 06.1989, designado Membro do Conselho do "World Parliament
Confederation of Chivalry" de Sydney, na Austrália, assim como
Membro do Capítulo da "International Association of Educators for
World Peace" (NGO, United Nations & UNESCO).
No âmbito do" Direito, como jurisconsulto de diversas Academias e
Institutos de Heráldica, foi reconhecido como jurista, com projeção
internacional, pela Pirizia Giurata Stragiudiziale presso la Pretura Unificata di Bergamo - Ministério di Grazia e Giustizia
d'Itália e pela Revue Internationale de Criminologie. et de Police
Techique de Geneve, Suisse, sendo homenageado com o título de "Honorary
Member of the Honor Legion of the New Jersey State Police
Departments".
Bragança Jornal Diário, 26.09.1989.
- Tratado de Heráldica, Volume
III, publicado pela
Editora Referência Ltda, em 2004.
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O 3° Volume,
que já usufrui de fama internacional, tem todas as chances de se
tornar uma obra clássica, consultada pelos mais exigentes
especialistas na matéria, com assuntos completamente inéditos e
desconhecidos de obras anteriormente publicadas por outros autores.
A vista disto, tem sido seu autor homenageado por governos do Brasil
e do Exterior.
Em 25-5-1946, em Roma, recebeu de Sua Majestade Umberto II, Rei de Itália, o
grau nobiliário de Grand'Ufficiale dell' "Ordine della Corona
d'Itália", colla qualifica di Conte di Midila e, no dia 27 do mesmo
mês, a Gran Croce delil' "Ordine dei Santi Maurizio e Lazzaro", cujos
documentos, em cópias legalizadas, se acham arquivados na Casa Real
de Itália, sob a guarda de seu filho Sua Alteza Real Vittorio Emanuele,
Duca di Savoia, Príncipe di Napoli e Pretendente ao trono italiano.
Em 07-9-1955, recebeu do Ministério da Justiça e Negócios Interiores
a Medalha Marechal Hermes e a do Marechal Souza Aguiar, em
02-6-1955.
Em 12-9-1986, recebeu de Sua Majestade Hassan I, Rei do Afeganistão, o grau
de Comendador da "The Royal Dursani Order of the Crown of Amanullah".
Em 25-6-2002, pelo Governador Mike Johanns, foi nomeado Almirante em
Chefe, Honorário, da Grande Marinha do Estado de Nebraska, e do
Governador Paul E. Patton, de Kentucki, a patente de Kentucki
Colonel, USA, em 22-01-2002.
Pelo Decreto de 10-9-2001 do Governador do Estado de S. Paulo, Dr.
Geraldo Alckmin, recebeu a Grã Cruz da Ordem do Ipiranga e a
nomeação para Membro do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.
Numerosos são os institutos de nível superior e academias, do Brasil
e do Exterior, que disputam a honra de recebê-lo em seu seio.
Dedicando cinqüenta anos de sua vida ao Magistério, foi levado a
conquistar vários títulos de curso superior, inclusive por defesa de
tese, na Universidade de Reims, França, para obtenção do título de
Doutor de Estado em Letras e Ciências Humanas opção História.
Aposentou-se como Professor Adjunto da Universidade Estadual
Paulista (UNESP).
Conquistando a estima e o respeito de seus colegas e inúmeros
discípulos foi eleito, por 22 vezes às honras da Paraninfatura e ao
Patronato de festas de formatura.
Seus trabalhos sobre Heráldica foram citados na Perizia Giurata
Stragiudiziale junto à Pretura Unificata di Bergamo, ne 22641 de
23-12-1981, do Poder Judiciário italiano.
Neste 3° volume de seu Tratado, colecionou diversas Sentenças e
Acórdãos do Judiciário de Espanha, como o fizeram, os volumes
anteriores, desta obra, com Sentenças da Magistratura italiana.
Justificando, assim, a criação de uma nova área do Direito - o
Direito Nobiliário.
De início, sob o título de Prolegómenos, depois Florilégio
Heráldico, seus leitores terão oportunidade de conhecer, como
"Ciência Auxiliar da História", tema de sua defesa de tese, uma
matéria desconhecida dos estudantes de nossas universidades. Terão,
assim, eles, a oportunidade de analisar, no âmbito da Heráldica, a
questão do poder temporal dos Sumos Pontífices da Igreja Católica,
assim como conhecer as origens da Igreja Ortodoxa, da Greco-Ortodoxa,
da Arménia e da Anglicana, no âmbito do Ecumenismo, que têm direito
ao uso de brasões prelatícios.
A Heráldica Corporativa religiosa, associativa, cultural,
profissional, militar e desportiva recebeu do Autor um tratamento
especial. A Heráldica de Domínio tem um lugar privilegiado neste
primoroso trabalho que muito honra o seu dedicado e incansável
Autor.
Nello Ferrentini.
- Reminiscências,
publicado
pela Editora Referência Ltda, em 1999.
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O Dr.
Waldemar Baroni Santos, autor deste livro, é um sonhador
incorrigível. Advogado e Professor-Adjunto aposentado da UNESP,
doutor de Estado pela Universidade de Reims, França convicto na
profissão, à qual dedicou 50 anos, vive ainda hoje, no aconchego de
seu lar, não obstante sua avançada idade, estudando, redigindo
pareceres, pesquisando e escrevendo, em periódicos e revistas
nacionais e do Exterior, com sabedoria e experiência, visando
deixar, para a posteridade, o fruto de seu trabalho.
Dono de uma invejável cultura, após nos brindar com o seu
festejado"Tratado de Heráldica", em dois volumes, resolve editar
estas "Reminiscências", com prefácio do prof. Ives Gandra da Silva
Martins, um ensaio, de gênero paradidático, que bem poderia
intitular-se "Memórias", que conquistará, por certo, mais um troféu
em sua fecunda carreira de escritor.
Compõe-se,este livro,de sete outros livros menores:
No 1°, num tapete mágico, convida seus leitores acompanharem-no,
numa visita ao longínquo Oriente Médio, começando pelo Egito. Neste
país, sua perspicácia de um autêntico historiador, descreve, com
maestria, os estupendos monumentos da dinastia dos faraós. Tal é a
grandiosidade de sua pena, que seus leitores se sentem, lado a lado,
com o historiador, como um verdadeiro companheiro de viagem,
compartilhando das mesmas emoções. A Terra Santa recebe o autor e
sua esposa, como piedosos e autênticos peregrinos. Nada fica para
trás. Tudo é visto com olhos maravilhados, conduzindo seus leitores
a um verdadeiro êxtase. A Turquia, terra lendária, com sua Istambul,
emersa da famosa Bizâncio, transformada em Constantinopla, é rica de
informações. Que dizer, então, da estupenda Grécia, com seus
monumentos que impressionam e comovem os mais exigentes visitantes?
A Itália é, também, visitada, rapidamente, mas o suficiente para
deixar seus convidados encantados.
No 2°, embrenha-se nos "Meandros da Heráldica", sua especialidade,
com informações inéditas, para gáudio dos aficionados.
No 3°, em "Ecos do Campanário", é uma tournée na área dos conceitos
religiosos, recordando seus estudos de Filosofia Escolástica e
Teologia.
No 4°, em "Coquetel de Estrelas", o autor nos oferece, em taças de
cristal, alguns estudos, analisando a evolução das artes plásticas,
da Música, da Linguagem; da comunicação lingüística; do título de
Doutor, desde os primórdios de sua instituição, e outros temas de
interesse, na anualidade.
No 5°, em "Resenha Literária", no âmbito da mais requintada
literatura, expõe o autor, à consideração de seus leitores, alguns
temas de alta relevância.
No 6°, "A Sombra do Direito", como advogado, estudioso de temas
jurídicos atuais, enfrenta questões polêmicas, com segurança e
sólida argumentação.
No 7° livro, enfim, com sua verve de apreciado humorista, diverte
seus convidados,com uma rodada de surpreendentes hilaridades.
Uma rica coletânea de pareceres de intelectuais e de especialistas
na matéria enfeixa, com chave de ouro, as páginas deste primoroso
trabalho.
DEDICATÓRIA
Os escritores têm por hábito reservar uma página inteira, quase em
branco, para uma dedicatória lacônica com, no máximo, três nomes.
Todavia, razões não me faltam, para contrariar esta prática e
redigi-la como melhor me aprouver.
Minha esposa Aracy, Dona Ceci, para os íntimos, é a responsável por
esta edição. O estímulo e a sua dedicação me deram coragem para
mandar imprimir estas páginas como lembrança. Meus filhos
encarregaram-se da difícil tarefa de driblar o computador. A eles,
os meus sinceros agradecimentos. No fim do dia, após os afazeres
domésticos, ela e a babá Sebastiana, uma senhora que está conosco há
mais de cinqüenta anos, e que ajudou a criar nossos filhos, vivem
quietinhas, até altas horas da noite, no fundo de poltronas a tecer
tricô e crochê para as criancinhas carentes.
De meu filho Tarcísio Armando, casado com Magaly, nasceram Tatiana,
já mocinha, Caroline e Bianca - Tati, Carol e Bia, para os mais
chegados. São três meninas vivas e espertas que dão trabalho por
meia-duzia e que além de darem conta de seus deveres escolares,
estudam piano com a vovó Ceci.
De meu segundo filho Luís Cássio, casado com Irène-Colette-Odile,
vieram Raphael, Patrick e Isabèlle, que se dedicam, nas horas vagas
da escola, ao judô, natação e equitação, sobrando-lhes muito pouco
tempo para uma salutar traquinagem.
No sítio do papai, após um bom banho de piscina, "passam ordens ao
empregado" para que arreie os cavalos para um passeio nos recantos
da propriedade e, logo mais, invadem o sítio do titio, que é
separado, apenas, por uma porteira. Ali são capazes de distinguir as
folhas de milho do capim Cameron ou Napier.
Não raro, acomodado e ensimesmado, numa poltrona da varanda,
entretido com um livro, espantam-me fortes shlop-shlop, shlop-shlop
de dois enormes rosilhos, troteando juntos e imponentes, par a par,
exibindo duas argolas prateadas nos freios. Bem firmes nos arreios,
lá no alto, surgem dois palminhos de gente - Carol e Isabèlle -
mandando tchauzinhos ao vovô.
Esses netinhos já venceram os primeiros livros e já estão
enfrentando os métodos de piano Czerny, Hanon e o Burgmúller.
Numa tarde destas, chamaram a vovó para que viesse, depressa, ver um
programa infantil de televisão que apresentava um pianista tocando
um belo concerto:
- É Beethoven! Exclamam eles, entusiasmados...
Esta é minha família, a quem, com carinho, dedico este livro.
Vovô Baroni
D. Aracy D'Aquino Baroni Santos
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Minha família
PRÓLOGO
Ha sempre uma razão que justifique o aparecimento de um livro. Esta
é simples em nosso caso: muitos artigos foram escritos em revistas e
jornais, em toda a nossa longa vida profissional. Como é natural,
esses trabalhos se perdem com o tempo. A única maneira de
conservá-los é reunir essas páginas esparsas, num só volume.
Muita coisa ficou escrita e que perdeu a oportunidade: não convém
rememorá-la. A par destes escritos, há também a recordação de nossos
tempos de infância e juventude.
Os antigos diziam que quando alguém resolve escrever suas
"memórias", é porque o fim está próximo! Longe de nós esta idéia.
Apesar de não acreditarmos nestas superstições, batemos com os nós
dos dedos, três vezes, sobre uma mesa... Não convém facilitar! Não
obstante nossa idade avançada, graças a Deus, sentimo-nos ainda em
plena forma. Apelamos para o título "Reminiscências", que no fundo,
no fundo, significa a mesma cousa. Deixemos, para lá, as "Memórias"
- "No cremos en brujas, pêro que Ias hay, Ias hay".
Há aqui recordações de nossa viagem ao Oriente Médio. Nessa ocasião,
como noticiaram o "Bragança Jornal Diário" e a "Folha de Santa
Adélia" de 20-5-1995, que lá, por sugestão de nossos filhos, iríamos
apagar as nossas oitenta velinhas, aos pés do Santo Sepulcro. Valeu!
Nosso estilo é "requintado e preciosista", dizem nossos críticos.
Será? Talvez assim seja! Não nos preocupa a corrente literária que
mais está em moda. O escritor que se atenha a esses modelos, a esses
paradigmas, fica peiado à forma e a estrutura do contexto e sua
imaginação se humilha em um burel franciscano.
Seu trabalho perde a naturalidade e marcha ao som de tambores e
cornetas. O "direita volver" e as ordens de "descansar"
transformam-no em um militar subalterno. Preocupa-nos, isto sim, ao
descrever um tema qualquer, a modulação da frase, que muito se
assemelha à poesia. Sem percebermos, muitas delas, se montadas,
segundo as regras da Arte Poética, se ajustam a versos decassílabos.
Será isto uma virtude? Alguns dizem que sim, outros que não.
Exemplos semelhantes, de sobra, temos no "Iracema" de Alencar.
Cuidamos, com carinho, da ondulação entre os acentos fortes e os
fracos de um vocábulo, por mais inexpressivo que seja. Quantas vezes
repelimos termos que, não obstante traduzirem melhor o nosso
pensamento, possuem sílabas e fonemas que quebram o ritmo do
fraseado.
Quantas vezes, a altas horas da noite, dirigimo-nos à nossa
secretária, para anotar um pensamento sublime que nos venha à mente.
Isto nos faz lembrar o divino Vivaldi, que, no meio da missa,
interrompia as suas orações, e dirigia-se à sacristia, para
registrar um tema ou mesmo uma nova melodia que lhe ocorrera
inesperadamente. Esta história foi contestada pelo próprio
compositor, mas onde há fumaça, há fogo...
O desenrolar das palavras, num texto qualquer, obedece a um ritmo
ameno que muito se aproxima de uma melodia romanceada. Tudo é
natural e espontâneo. Nada é sofisticado. Vamos redigindo o nosso
texto, sem atropelos. Devagarinho, devagarinho, sem nos dar conta do
que está acontecendo, vamos galgando as encostas do maravilhoso e.
lá, nas alturas, nos deliciamos vitorioso, por mais esta conquista,
à moda de um alpinista arrojado.
Escrevemos, para nós mesmos; para uma satisfação íntima e pessoal,
nem sempre com o objetivo de publicação. Nosso baú velho está
recheado de rabiscos inéditos e de outros já publicados.
Republicá-los todos, além de consumir inutilmente uma montanha de
papel, seria estafante e ocioso.
Emociona-nos, profundamente, uma gota de orvalho que escorre de uma
folha sedenta, abandonada ao léu; comove-nos a composição
multicolorida de um "amor-perfeito" que se cultiva num jardim bem
cuidado; de maneira extraordinária, perturba-nos a beleza da "Pietà"
de Michelangelo; admira-nos a maciez e a transparência da pele das
mãos da Virgem, magistralmente esculpidas, no mármore Carrara;
sentimos forte impressão ao ver a mão encarquilhada e macilenta de
um pobre homem, que a estende aos transeuntes, solicitando-lhes a
caridade de uma ajuda... Isto tudo se constitui num esteio onde se
firmam a nossa imaginação e a nossa arte. É analisando os problemas
da vida e a angústia dos que nada têm, que conseguimos juntar os
elementos para estruturar o nosso trabalho que, em última análise,
se transforma em uma literatura de cunho social. De quando em
quando, um conto de Natal flui de nossa alma comovida pela ocasião.
Muitos deles são aqui transcritos , com um endereço certo.
Destinam-se a nossos netos. É para eles que foram redigidos.
Outros temas são aí ventilados. Como se tratam de assuntos
completamente diversos, resolvemos enfeixá-los, como se fazia
antigamente, em livros autônomos, apensos uns a outros. Sete são,
pois, os livros menores, reunidos num só. A idéia é boa. É melhor
que distribuí-los em capítulos que,"a fortiori", se entrosam entre
si, como etapas diversas de um mesmo assunto que se desenrola numa
mesma trilha.
Considerando que diversos artigos foram publicados há tempos,
coube-nos a tarefa de atualizá-los e assim torná-los mais úteis a
nossos leitores.
Na esperança de que nossos amigos que tantos estímulos nos deram em
situações anteriores, que se publicam no Apêndice, como lembrança,
apreciem este trabalho, aqui ficam os nossos agradecimentos.
Waldemar Baroni Santos.
PREFÁCIO
Waldemar Baroni Santos é presidente da Academia Brasileira de
Ciências Sociais e Políticas e meu confrade no Sodalício. Desde que
travamos conhecimento, impressionou-me seu caráter, sua cultura, seu
discernimento político e sua maneira elegante de expor ideias e
suscitar questões atuais para reflexão de amigos e companheiros de
trabalho.
Bem casado, com filhos, netos e amigos, sua vida tem sido um gerador
contínuo de excelentes escritos e de fecundas realizações,
preenchendo, com superior espírito de criação, os espaços que ocupa
como professor e autor de sucesso. Sua legião de admiradores aí está
a demonstrar o quanto é respeitado, e o sucesso de suas obras, todas
com um toque diferencial para meditação, coroam sua ação no
magistério e humanística.
"Tratado de Heráldica" é livro conformado para aqueles que cultivam
nossas tradições maiores e respeitam todos os que forjaram a
nacionalidade, ou melhor, as nacionalidades do globo. E obra
imprescindível, lembrado-se que o autor é Cavaleiro professo da
Ordem Soberana dos Cavaleiros do Coelho de Ouro. De rigor, é um
livro sobre o Direito Nobiliário, com farto material a
jurisprudência europeia a respeito da matéria, sobre narrar a
história das Ordens de Cavaleiros, desde os tempos medievais. Eu,
como "Chevalier Commandeur" da Ordre Militaire et Hospitalaire Saint
Lazare de Jerusalém, fundada em 1097, apreciei sobremaneira sua
brilhante obra a respeito do direito nobiliário.
Waldemar Baroni é ainda mestre internacional, doutor pela
Universidade de Reims, na França, em Letras e Ciências Humanas,
título que lhe valeu o reconhecimento nacional com particular
homenagem do Congresso Nacional em 15/03/85 e a integração neste
grau na UNESP, onde se aposentou como professor adjunto.
Seu livro atual não é bom. Ê ótimo. E uma viagem por sua vida, que
todos esperamos será ainda muito longa, em que se confundem a sua
história do Brasil e a do mundo. Dividiu-o em 7 partes
(Reminiscências de uma viagem; Nos meandros da Heráldica; Ecos de um
campanário; Coquetel de estrelas; Resenha Literária; A sombra do
Direito e Folhas que o vento leva). A leveza deste turismo
sentimental e erudito pelo tem-po pretérito, exposto com elegância
elitista irreprochável. Perdoe-me o galicismo traz, todavia,
elementos de reflexão sobre o futuro da humanidade, hoje bastante
divorciado de suas origens e navegando pelos mares procelosos de uma
sobrevivência sem raízes e sem destino, Baroni ensina, pelo passado,
a viver o futuro, e é o mérito maior de seu livro que muitos méritos
tem para todos aqueles que buscam um exemplo, uma âncora capaz de
estabilizar a nave em momentos de tormenta e um leme capaz de,
sempre que necessário, permitir a retomada da extensa navegação do
homem para o infinito.
Sinto-me honrado de poder unir meu nome às admiráveis reminiscências
de Waldemar Baroni, meu confrade e meu amigo, modelo plutarquiano
para todas gerações.
S.P., 18/08/1998.
Ives Gandra da Silva Martins
Professor emérito da Universidade
Mackenzie, em cuja Faculdade de Direito
foi Titular de Direito Econômico
e de Direito Constitucional.
A mensagem do professor Waldemar Baroni Santos é que: "A nobreza não
se cria. Ela já existe na pessoa física do beneficiário, o Poder
Real a reconhece, confirma e a premia por meio de títulos de
Nobreza, e os Chefes de Estado assim o faz com a outorga de medalhas
de mérito, de heroísmo e títulos honoríficos."
"O brasão de armas é um documento precioso que registra os grandes
feitos, conquistas e provas de heroísmo, fatti di sangue e di onore,
de ilustres personalidades de um passado histórico, de numerosas
batalhas dos cruzados ao libertarem o Santo Sepulcro das mãos infiéis dos sarracenos. Foram esses heróis que criaram a Nobreza
titulada, tanto que em França há a "Societé Française de Ia Noblesse",
que congrega os nobres antigos, anteriores a Napoleão. Esses nobres
formarem uma plêiade de guerreiros, protegidos por escudos que se
tornaram troféus militares conservados por seus descendentes, com
orgulho e religioso respeito, gerando assim a arte de blasoná-los,
operação privativa das ciências heráldicas. Portanto, Nobreza não é
um conglomerado de fidalgos vaidosos e presunçosos pleiteando uma
posição de relevo na sociedade.
Nobres foram os mártires que deram seu sangue pela Fé; foram os
egressos das catacumbas que se expunham à sanha imperial para
levarem, como São Tarcísio, o pão dos anjos - a Sagrada Eucaristia
-, para os prisioneiros cristãos, trancafiados a pesados e desumanos
grilhões; são nobres os que procuram imitar a Santa Madre Tereza de
Calcutá, a Santa Madre Paulina, a Venerável e saudosa Irmã Dulce, da
Bahia, que deram sua vida pelos carentes e deserdados da sorte; são
nobres as pessoas que como a Santa Gianna Beretta, canonizada, no
dia 16 de maio, p.p. por S.S. o Papa João Paulo II, por seu heroísmo
contra o aborto, aconselhada a praticá-lo, por possuir, no ventre,
um tumor maligno. Não teve dúvidas. Ofereceu sua vida para salvar a
do filho; são nobres as senhoras donas-de-casa, que dedicam toda sua
vida à criação e educação de seus filhos, respeitando e amando seus
fieis maridos; são nobres os valentes guerreiros que defendem a sua
bandeira, em campos de batalha; são nobres os professores de todos
os graus que militam diariamente, dando doze horas de aulas, por
dia, com prejuízo de sua saúde, em favor de seus alunos; são nobres
os magistrados e todos os que compõem o Judiciário para distribuir a
Justiça, protegendo os direitos de um cidadão; são nobres os
missionários que enfrentam onças e serpentes veneníferas, em sertões
afora, de nosso grande Brasil, levando, aos indígenas, os preceitos
da Evangelização; são nobres as freiras contemplativas que, aos pés
do altar, oferecem suas vidas em benefício das pessoas que lhes
pedem orações para poderem enfrentar suas mazelas; são nobres os
sacerdotes e os demais prelados da Igreja que trabalham em favor da
santificação de seus fieis; são nobres os profissionais médicos e
enfermeiras que dedicam sua vida na nobre missão de mitigar a dor de
seus pacientes - Divinum est sedare dolorem! - É obra divina mitigar
a dor.
Donde se conclui que afirmar que, com o advento da República, o
tempo dos nobres acabou é um disparate que não tem tamanho! Assim
procedem, porque julgam que são nobres as pessoas petulantes que
carregam nas costas um jacá de vanglória e de orgulho, de presunção
e de jactância, de bazófia e de superioridade e nas mãos um
pergaminho nobiliárquico que, pouco ou nada significa. Estes, há
muito tempo, se divorciaram do legítimo sentido da Nobreza.
Considerando que estes títulos lhes foram concedidos para
reconhecerem um "status" de Nobreza, tornando-se seus possuidores
indignos deles. Fica a certeza de que sua outorga foi intempestiva e
desmerecida." (Waldemar Baroni Santos - Tratado de Heráldica vol.III
pag. 34 -2004.
cima
FICHA
ACADÊMICA
Dom Waldemar Baroni Santos
Nascido em S. Paulo/SP, a 30-5-1915, filho de S.A.S. Don Annibal
(Pereira) dos Santos, de Villanova, herdeiro da " Sérénissie Maison
Princière de Bermuez des Longobards" e de S.A.R. Dona Elide Giulia
Maria Baroni, di Cataônia.
O Dr. Waldemar Baroni Santos, advogado e Professor-Adjunto
aposentado do Instituto de Artes do Planalto da Universidade
Estadual Paulista (UNESP), historiador de grande envergadura,
mormente no âmbito da Heráldica, após muitos anos de exercício no
Magistério, divulgando seus estudos em grande número de revistas e
jornais do Brasil e do Exterior, Perito e Membro da
"Chambre Européenne des Arbitres
Estrajudiciaires et des Experts d'Europe"
no âmbito da Jurisprudência internacional, Presidente da Academia Brasileira de
Ciências Sociais e Políticas, Sócio Emérito do Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo, membro dos Institutos Históricos e
Geográficos de Minas Gerais, Bahia, Santos e Sergipe, Doutor em
Psicologia e Leis, Dr. "honoris causa" em Sociologia, Filosofia
e em Historiografia Eqüestre por Universidades estrangeiras,
Professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
e Coordenador das Disciplinas Pedagógicas do Instituto de Artes do
Planalto da UNESP, Ppe. G.M. da Ordem Soberana dos
Cavaleiros do Coelho de Ouro.
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Ordem Soberana dos Cavaleiros
do Coelho de Ouro
Pelo Decreto de 10-9-2001 do Governador do Estado de S. Paulo, Dr.
Geraldo Alckmin, recebeu a Grã Cruz da Ordem do Ipiranga e a
nomeação para Membro do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.
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SEBASTOCRACIA DE CATAÔNIA E DE COMMAGENA
THEOCRACIA
ECUMÊNICA
DOMUS AUGUSTA SEBASTOCRACIA CATAONIAE
ET COMMAGENAE DESPOTALIS MARASCH
vel
Organização Institucional da Casa Principesca de Cataônia
- Orcânia -
Personalidade Jurídica n. 11145-A-15
Utilidade Pública lei 2471 - Bragança Paulista
Armas da Sebastocracia
Ecuménica de Cataônia
Escudo clássico partido: 1, de goles, uma aspa de prata, carregada
de cinco flores-de-lis de azul, que é de Santos, dos Príncipes de
Bermuez dos Longobardos, conforme Privilégio Imperial de 11..XI.
1889; 2. de goles, cruz florida de prata, vazia de campo, que é da
Casa de Pereira, do sangue Real dos Lombardos, e dos príncipes de
Bermuez dos Longobardos, conforme o Privilégio Imperial de
11.XI.1889. Sobreposto, escudo cortado: 1. de goles, torre de prata,
lavrada, frestada e aberta de negro, de cuja base nascem dois
riachos do segundo, convergentes à ponta do escudo; 2. de prata,
três bandas de goles. O escudo timbrado da coroa heráldica dita dos
pais honorários dos basileus (basiliopatores), forrada de púrpura,
encimada do globo e cruz de ouro, de dupla travessa. Pendente (de
cordão não visível) sob a ponta do escudo, medalhão de prata, com o
monograma grego de Cristo em púrpura e bordadura perolada, que é
insígnia da Teocracia Ecumênica.O escudo circundado do colar da
Venerável Ordem Eqüestre e Religiosa de São Jorge Grão Mártir,
Milícia do Lábaro, do Exarcado de Commagena, conforme o Privilégio
Imperial de 06.01.1988. Suporte: Água bicéfala de ouro, coroada de
tiaras do mesmo em ambas as cabeças, com resplendores, empunhando na
garra direita um cetro de ouro, rematado por uma cruz helênica do
mesmo, e na garra esquerda um globo de azul cintado e encimado de
uma cruz de ouro, de dupla travessa, que é da (dupla) Sebastocracia
de Cataônia Commagena. O todo encimado de uma estrela com resplendor
de ouro e na metade superior deste, sobreelevada, faixa azul,
decorada e gravada em ouro, com a promessa divina ao Imperador São
Constantino: IN HOC SIGNO VINCES. No início e no fim da faixa, em
ouro, a inscrição do ano, 312, da eleição divina, sob a Chefia
Oficial e Jurídica de Dom Waldemar Baroni Santos, sob o nome
dinástico Dominus Waldemarus I, O.S+J. Stephanus Emmanuel.
DEDICATÓRIA
ESPECIAL A"DOMUS AUGUSTA" Antiquíssima e Augustissima Casa Imp. e
Real Apostólica dos Romanos, da Progênie Dardânica
Silvia-Julia-Cláudia-Valéria-Flávia, Porphyrogênita Flavia,
Isaurica-Ângela-Comnena-Doukagina-Palaiologina, Herdeira
Savèn-Pahlavouni Bagration,sucessora De Vincenzi Christo-phárida (Banu'l-'Yakoub),
sob a chefia de S.M.I.R.A. Dñus. JOHANNES VII DANIEL IV ALEXANDER
AUGUSTUS, Dux Illyrici,reg. no 3° Cartório de Tít. e Documentos de
S. Paulo, em 19/3/1990 sob o n.3118258 e na ORCÂNIA, Inst. de
UTILIDADE PÚBLICA, Lei 2471 de 28-3-90 de Bragança Paulista.
DEDICATÓRIA HERÁLDICO
- GENEALÓGICA
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Numa esplêndida lápide de mármore Carrara,esculpi, sobrepujado pela
invocação "Bendigamos ao Senhor" escrita em grego e latim, em alusão
à crista confraternização histórica entre os povos do Sacro Romano
Império no Ocidente e no Oriente, um escudo de guerreiro de blau,envolto
de um "cordone d'amore" atado em ponta pelas mãozinhas delicadas de
meus netinhos: Tatiana, Caroline e Bianca; Raphael, Patrick e
Isabelle, com a seguinte inscrição lavrada em letras de ouro:
"A justa memória de meus antepassados, na pessoa de meu trisavô
D.GIOVANNI BATTISTA I, Baroni dei Guarioni,Capostipite di CATAÔNIA,
em 1843, e de meus pais:
D.Annibal Pereira dos Santos, de Villanova e de Bermuez dei
Longobardi(14-6-1885/06-02-1926) e N.D. Elide Giulia Maria Baroni
Santos,di Cataônia,(08-8-1896/22-5-1989). Q.E.P.D.
A meus irmãos e à minha esposa
N.D. Aracy Domingo D'Aquino e Baroni Santos, dei Castro Reale; a
meus filhos e as minhas noras: Tarcísio Armando e Luis Cassio;
Magaly e Irene Colette Odile,
os meus agradecimentos pelo estímulo.
W.B,S.,1990."
Ficha Acadêmica
- Egresso do curso superior no Seminário Central da Imaculada
Conceição da Arquidiocese de S. Paulo;
- Foi Assistente do Maestro Fúrio Franceschini, na Schola Cantorum e
organista, sob a regência do Maestro, na Igreja de Sta. Efigênia(Catedral provisória de S. Paulo), sendo convidado, outrossim, pelo
Autor, para fazer a revisão de sua obra clássica Análise Musical;
- Médico Veterinário formado pela Universidade de S. Paulo, tendo
sido orador da turma dos Doutorandos de 1939 (Diário de S. Paulo,
12-01-40);
- Fundador e diretor do "Jornal" e depois "Revista do Centro
Acadêmico";
- Foi Presidente do Congresso Nacional de Estudantes no Rio de
Janeiro. Diploma registrado na USP 1258653 e no CRMV 13.100.
Homenageado, em 15-12-04, como o ex-aluno mais antigo, em solenidade
comemorativa dos 70 anos da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da USP (Universidade de S. Paulo), onde pronunciou um
discurso de agradecimento, publicado pela "INFORVET" da FMVZ de
Janeiro de 2005;
- Ppe. Grão Mestre da Ordem Soberana dos Cavaleiros do Coelho de
Ouro;
- Sócio fundador da Sociedade Brasileira de História da Medicina;
- Membro de Honra do 1º Congresso de Medicina Militar, 15-7-1954;
- Curso superior de Prof. Especializado em Canto Orfeônico, com
currículo de 20 disciplinas. Diploma registrado no Conservatório
Nacional do Rio de Janeiro, com visto de Heitor Villa-Lobos. Foi
Mestre de Capela, durante 30 anos, da Igreja Sto. Inácio, R. França
Pinto, 115, em S. Paulo;
- Curso superior de Piano na faculdade "Instituto Musical S. Paulo."
Diploma registrado. Na USP n º 34869;
- Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais com diploma registrado na
Universidade Federal de Juiz de Fora, n. 2811-Liv. I;
- Advogado - OAB/SP 34.161;
- Adroit et Membre des Arbitres Extraordinaires des Experts d'Europe,
no âmbito do Direito Internacional, com as funções de "Giurisprudenza-Lettres
e Scienze Umanistiche-Giornalismo-Scienze Politiche e Sociali"-
Roma, 20-02-90;
- Habilitado, por concurso, para Inspetor Federal do Ensino
Secundário,DASP-1944;
- Doutor em Psicologia, pela tese "Problemas de Psicopatologia
Analisados à Luz da Fisiologia Hormonal 7-8-70, publicada no
"Correio da Zona Sul" SP de 17/IX a X-1974, depositada no Ministério
de Educação e Cultura, no processo n. 1121 de 07-11-1951 para o
exercício do Magistério superior. Por motivos de "notório saber",
por trabalhos publicados ou "honoris causa";
- Doutor em Leis pelo Ministerial Training College, Sheffield,
Yorkshire-England,1956;
- Doutor em História pela Internacional University of Humanistic
Studies, Florida, 1988; Doutor em Biologia pela Féderation
Europeénne de Naturopathie, Lausanne, Suisse,1982;
-Doutor em
Teologia e Professor convidado permanente pelo Instituto de Altos
Estudos Históricos Eclesiásticos e Acadêmico Colegiado da Academia -
Internacional de Teologia, em Buenos Aires, Argentina, 17-10-04;
Doutor em Medicina pela "The Hinpocratic University de Cos, Chipre,
20-8-1965;
- Doutor em Heráldica e Direito Nobiliário pela Academia Argentina
de Etiqueta;
- Curso de Especialização de "Fenômenos Parapsicológicos do
Conhecimento" na Escola de Enfermagem do Hospital SP. Paulo do
Ministério de Educ. e Cultura, 1964;
- Cursos de extensão universitária: 'Fundamentos da Música
Polifônica" e "Folclore ", IAP da Universidade Estadual Paulista
(UNESP);
- Foi homenageado pelo Congresso Nacional (Anais do Congresso,
Brasília, 16-4-1985); pelo "ECO", Funchal, Ilha da Madeira, 1985;
pela "Academie du Périgord " França; pelo Bragança Jornal etc (Cf.
WBS -Tratado de Heráldica, vol, III, p.23);
- Professor Titular e Chefe do Departamento de Ciências Técnicas e
Administrativas na ESAN agregada, na época, à Pontifícia
Universidade Católica de S. Paulo;
- Bancas de concurso; Participou da Banca de Concurso para
Livre-Docente, ECA / USP, 13/16-VI-1988;
- Como Coordenador do Projeto Rondon, em 1973, viajou, em aviões da
FAB, entre Guaíra e Acre, para avaliar o trabalho dos
universitários, sediados em regiões;
- Como Jornalista Profissional, rcg. DRT-MT 9132, foi Assessor da
Diretoria do Diário Popular, SP;
- Diretor Superintendente do Correio da Zona Sul, SP. e da Folha de
Vila Mariana. tendo, outrossim, editado importantes colunas, como
colaborador efetivo do Bragança Jornal Diário no âmbito do Direito,
da Heráldica e de outras áreas de alta cultura, de um Tratado de
Heráldica em 3 vol., de "Reminiscências", em 1999, etc.;
- Coordenador do IV Congresso Latino Americano de Imprensa Católica,
15-7-69;
- Como Secretário Geral da OENG-ONU, credenciado pela OEA, esteve
presente na Reunião dos Presidentes e Chanceleres americanos, em
Punta del' Este, Uruguai, visando a "Aliança para o Progresso";
- Professor Titular de Higiene e Segurança no Trabalho da ESAN/PUC
aprovado pelo processo n, 134.939/59 da Diretoria de Ensino Superior
do Ministério de Educação e Cultura e Parecer n. 799/60 de 04-1-1961
do Conselho Nacional de Educação;
- Registros Definitivos de Professor: Biologia Educacional e
Terapêutica pela Música N. 1047 de 27-10-50; Ciências Naturais n.
8202 "de 30-11-1948; Português, Latim e História Natural n. 8202 de
30-11-1948; Psicologia Educacional e Filosofia da Educação n.1121 de
07-2-1961; Física e Química, Biologia e Merceologia n 1400 de
21-2-54; Português, História Geral e Ciências Naturais n. 13.440 de
31-7-1945; Latim, Português, Física e História da Civilização, nº.
13.440 de 23-02-1939;
- Presidente, como advogado, da Comissão Permanente Processante de
Acidentes em Veículos Oficiais, Portaria n. 12/82 do IAP/UNESP
-Diário Oficial de 27-.02-1982;
- Chefe de Departamento da Educação no IAP -Diário Oficial de
26-3-1981;
- Professor-Adjunto aposentado da UNESP, sob regime de trabalho
RDIDP, onde, além de outros cargos, íbi Coordenador das Disciplinas
Pedagógicas;
- Professor de Ciências Psicológicas e Membro Correspondente do
Instituto International des Hautes Études Biologiques de France,
17-10-1958;
- Professor Livre Docente (Vénia Docente) da Universidade de Belas
Artes de Buenos Aires, 08-9-1961;
- Best Scholar pelo International Writers and Artists Association,
31-12-1999;
- Presidente fundador da Academia Brasileira de Ciências Sociais e
Políticas;
- Acadêmico Honorário e Conselheiro Científico da Academia Siciliana
per Le Scienze etc, ;
- Professeur de Psychologie-Certificat de fin d' études efSpécialité
et niveau des Études dTIygiène vitale'ct Prof. de Relaxation
(12-01-82) et de Psychologie (23-02-82) "Instituí d'Hygiéne
Naturelle, de Paris;
- Intellectual and spiritual greatness- "International Writer
Associations '"Fraternity"-USA, 22-5-1999;
- Ministro Presidente do Instituto Internacional de Administração e
Justiça da Suprema Confederação Imperial Ottomano-Bizantina.
- Docteur d'État ès Lettres et Sciences Humaines - Option Histoire.
Tese em francês, com 700 páginas, em 3 volumes, defendida em
26-6-1984 na Université de Reims-França. Certidão com as chancelas
do Ministre das Relations Extérieures de France, do Consulado Geral
do Brasil, em Paris, e de R. Maniglier, Chef de Ia Scolarité, pour
le Secrétaire General, reconhecido, em sessão de 12-9-85, pelo
Conselho Universitário da UNESP, após pareceres das Câmaras de
Pós-Graduação e homologado pelo Magnífico Reitor Prof. Dr. Jorge
Nagle (Processo n. 227/84-RUNESP-Despacho n.2677/85- D.O.E.
28-10-85) e Portaria do Vice-Reiíor de 25-X-85;
Sendo este
o maior de todos os títulos alcançados pelo Professor Doutor
Waldemar Baroni Santos, o de Doutor de Estado:
Docteur d'État
A fama de sua Universidade projetou-se na Universidade Estadual
Paulista (UNESP), a ponto de nos candidatar a uma defesa de tese a
fim de conquistarmos o título de Docteur d'État (Doutor de Estado),
praticamente desconhecido no Brasil.
Em todas universidades do mundo, incluindo a de S. Paulo (USP), a da
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), a de Coimbra,
Cambridge e outras, é concedido, apenas, um grau de Doutor que, em
França, se diz Docteur de Troisième Cycle, visto que o 1° Ciclo é a
Graduação e o 2°, o Mestrado.
Além do Doctorat de Troisième Cycle, há também o de Université e o
d' État.
Ouvimos falar, não temos certeza, que o governo socialista de
Mitterand aboliu essa gradação hierárquica, por achá-la muito
elitista. Temos, como certo de que, com o retorno de um Presidente,
não comprometido com o Socialismo, será restabelecida esta
esplêndida dignidade que se constitui numa das maiores glórias do
mundo universitário francês.
Para a conquista deste último grau é necessária uma tese de
"altíssima qualidade", conforme texto do Regulamento oficial que
disciplina as defesas de tese.
A notícia de nossa defesa, primeiro passo desta longa caminhada,
como acontece com todos os candidatos, foi publicada em Outubro de
1985.
Este título confere, ao candidato aprovado, o mais elevado grau em
todo o mundo. Dá, ao novo Doutor, o direito de pleitear o cargo de
Professor Titular em qualquer universidade do país (em França há
180, todas oficiais), além das prerrogativas de Mestre de
Conferências. Não são poucos os doutores de Estado que foram eleitos
para participarem do internacionalmente conhecido Instituto de
França.
Este famoso Instituto funciona em prédio majestoso, imponente e
belo, cujos membros representam a mais nobre, a mais alta posição
cultural de França. Consta ele de cinco classes: l'Académie
Française, l'Académie des inscriptions et belles-lettres, l'Académie
des sciences, l'Académie des beaux-arts et l'Académie des sciences
morales et politiques.
Cada Academia possui um regime independente.
Contamos com o apoio dos diretores do Instituto de Artes da UNESP,
Prof.Dr. Manoel Lelo Bellotto e o Prof. Alfredo João Rabaçal, que
nos aconselharam a terminar um trabalho, aproximadamente já com
setecentas páginas, que nos vinha causando imensa fadiga. Esta
decisão levou-nos a traduzi-lo com o título de "L'Héraldique
Brésiliènne comme science auxiliaire del'Histoire et ses rélations
avec l'Héraldique des Pays Latins - essai de Droit Nobiliaire."
Não é fácil redigir um texto cuja matéria se oculta num difícil
aglomerado de obras raras, trancadas, a sete chaves, em bibliotecas
do Brasil e do exterior. Quase nada havia que nos pudesse auxiliar
em nossas pesquisas. Mergulhamos, sozinho, em profundas meditações,
como fazia Emmanuel Kant, o grande filósofo alemão. Preparamos e
cozemos, num caldo de cultura, argumentos e deduções, muitos deles,
absolutamente inéditos, a fim de estruturar, com segurança, este
nosso empreendimento.
Os candidatos à uma defesa de tese devem se convencer de que é
preciso dedicar-se, com afinco, aos estudos e às pesquisas. Devem
estar preparados para não serem apanhados de surpresa. Não se
limitem, apenas, ao âmbito restrito do assunto versado no texto da
tese. Ninguém pode adivinhar o que passa na cabeça dos examinadores.
Não é nada difícil que, às vezes, dêem uma escapada e enveredem para
um caminho paralelo, nem sempre relacionado com o tema da tese, com
o objetivo de avaliar o grau de cultura do candidato.
As decisões de uma Banca são soberanas. Não existe a possibilidade
de, como nos casos de defesa de um réu, o advogado reclamar ao Juiz
de que tal proposta, sugerida pelo Ministério Público, não consta
nos Autos. Não existe a figura da "Apelação". Em nada se assemelha a
um Júri de um Tribunal de Justiça.
Estas informações são destinadas, reservada e exclusivamente, a
prezados ex-alunos nossos que sempre contaram com nossa dedicação e
amizade. Não fora isto, não teria sentido divulgar estas intimidades
que, pouco ou nada, podem interessar a terceiros.
A propósito
de nosso comportamento silencioso e reservado, lembramo-nos de uma
passagem da vida de Santo Tomaz D'Aquino em que, constantemente,
vivia recolhido com seus pensamentos, mudo e retraído. Certa feita,
no refeitório dos monges, estava lá, silencioso, sem tocar no prato
de refeição. Seus confrades jamais ousavam interromper o seu
silêncio, quando de repente, pregando um susto nos frades, deu um
murro na mesa e exclamou " Achei!". De fato, tinha encontrado um
argumento "heróico" - como se diz em Medicina - imbatível e
impossível de ser contestado, para numerosas questões que compõem a
sua maravilhosa, fantástica e extraordinária "Summa Theologica". - O
que lhe valeu os títulos de Doctor Eximius, Venerabilis Frater,
Doctor Communis, pelo Papa Pio XI, Doctor Angelicus, por Pio V, e
Doctor Noster.
Os estudos de Santo Tomaz, que alcançaram o Infinito, nos recônditos
sagrados dos anjos do Senhor, inspiraram ao Pontífice quando da
outorga do título de Doutor Angélico. Não será, pois, necessário
declinar-lhe o nome, basta-lhe o título, como ficou conhecido dentre
os sacros escritores.
Em 29-6-1923, Sua Santidade o Papa Pio XI, pela Encíclica Studiorum
Ducem, determinou que seria este, o texto de Sto. Tomaz,
obrigatório, nas classes dos Seminários. Foi nesse ambiente, que
estruturamos a nossa formação acadêmica e que nos foi, de muita
valia, em novos estudos universitários.
Curioso! Arquimedes (267-212 antes de Cristo), o inigualável
matemático da antiguidade, que vivia às voltas com suas pesquisas,
num ímpeto de entusiasmo, exclamou a famosa palavra grega "Eureca!"
- achei, do verbo euriskv,
ao perceber que a água de sua banheira subia, à medida que seu corpo
aí mergulhava.
Ptolomeu de Luca, certa vez exclamou: "Modernos Doctores (Thomas)
transcendit in Philosophia sive in Theologiam sive ín quacunque
matéria secundum communem hominum intelligentiam et opinionem, et
inde in schola hodie Parisiensi communis Doctor appellatur propter
suam claritatem doctrinae". Abstemo-nos de proceder a tradução deste
depoimento maravilhoso, para não prejudicar o sabor do texto
original.
Documentum I
Université Paris X-Nanterre
Avenue de Ia Republique, 2001- NANTERRE.
Enregistrement au Fichier Central des Thèses: 8109
Certificat d'Inscription
Le Secrétaire General de l'Université de
Reims Certifie que Mr. BARONI SANTOS, Waldemar, né le 30-mai-1915,
Numero national dldentité— est inscrit pour l'année
1980-1981 à DER Lettres et Sc.Humains en Doctorat d'Etat - Histoire.
Reims, le 1-12-80. (Ass.) Pour le Secrétair General (Carimbo da
Instituição) II ne será delivré qu'un seul exemplaire de ce certicat.
Les étudians voudront bien em faire établir des photocopies.
No decorrer da sessão de defesa, o Prof. Dr. Maurice Crubillier,
professor emérito de História Contemporânea, da Universidade de
Reims, não se conteve e secundado pelo Prof. Michel Pastoreau, da
Sorbonne, exclamaram entusiasmados: "Como é fascinante esta
matéria!" Juntaram-se a eles os professores Yves-Marie Bercé, de
História Moderna na Universidade de Reims, nosso orientador da tese;
Jean-Pierre Labatut, de História da Universidade de Limoges e Jean
Décrains, de Literatura Francesa da Universidade de Reims e
Presidente do Júri.
Aí estão os cinco luminares que participaram da Banca que, em
França, chamam de "Jury".
Antes da Defesa, o Regulamento exige do candidato uma ligeira
explanação do conteúdo da tese, para conhecimento dos convidados,
para que possam acompanhar, com interesse, o desenrolar do feito.
Perguntas e mais perguntas, de roldão, se atropelavam umas sobre
outras, envolvendo temas os mais difíceis.
Tivemos o cuidado de mergulhar de cabeça, na biografia do Cardeal
Armand Jean du Plessis de Richelieu, na área governamental da França
e de todas as suas fantásticas lutas contra a Casa da Áustria, em
1624 e contra a Espanha, em 1635. Muitos fatos históricos emolduram
esta rica biografia, dando-nos conta da importância da magnífica
"Cidade Luz". Assim é apelidada Paris, por seus historiadores.
Prudência e caldo de galinha nunca fazem mal a ninguém! Não convinha
facilitar. Vamos que algum membro do Júri, a pretexto de que
estávamos defendendo uma tese sobre História, resolvesse nos
abalroar com esses argumentos.
Mas não ficamos livres de Aristóteles e de outros filósofos da
Grécia antiga e da Idade Média que marcaram presença, nesses
debates.
Ao saberem-nos advogado, não perderam a oportunidade de nos inquirir
sobre a história do Direito antigo e medieval, do envolvimento do
Direito Canônico com o Direito Romano, dos problemas jurídicos que
sofreram a intervenção da Igreja, numa orquestração engendrada. Não
ficaram esquecidos os famosos códigos de Hamurabi e de Manu, a
histórica Lei das Doze Tábuas, a Carta Magna de João Sem Terra
promulgada em 1215 e, mais modernamente, sobre a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, editada em 1945, em São Francisco,
discutida e aprovada em 1948, pela ONU e a Carta de Bogotá, de 1948,
que hoje está na crista da onda, inquirindo, vasculhando e apontando
os países que não a observam. Nesta mesma época, após vinte anos,
entram à baila discussões sobre a organização dos Estados
Americanos, que contaram com o aval da Argentina, em 1967.
A atmosfera deste sacro ambiente ficou impregnada de cultura
clássica.
É um procedimento compreensível e justificável. Não se admite a
menor vacilação. Afinal "Docteur d'État" é "Docteur d'Etat !"
É claro! Os membros do Júri são notáveis e tidos como autoridades
eminentes por seus colegas de ofício. Os professores, em França, são
conhecidos por suas especialidades. Uns, de História Antiga; outros
do séc. V°,
do séc. IX°
e assim por diante.
Os problemas da Heráldica foram esmiuçados, pelo Prof. Pastoreau,
eminente heraldista de fama internacional.
Não foi nada fácil, para um modesto professor que viera de um país
que nascera em 1500, após os tempos medievais, visto que este
período terminou em 1453 com a tomada de Constantinopla pelos
turcos.
Estávamos entrincheirados, em uma pequena mesa à frente da Banca,
atrás de uma montanha de páginas do texto da tese e de um sem número
de fichas, frutos de pesquisas feitas na Sorbonne. Esta Universidade
é oriunda de um colégio de estudos superiores de Teologia, fundado,
em 1257, pelo teólogo francês Padre Robert de Sorbon, para alunos
carentes desejosos de seguirem a carreira eclesiástica. Aí
vasculhamos tudo o que nos fora possível, deixando o bibliotecário,
no começo tão gentil, completamente aturdido.
Passado o tempo regulamentar, deu-se por finda a nossa defesa.
Fomos, então, convidados a nos retirar do recinto e nos acomodar em
uma salinha ao lado, para aguardar o veredicto do Júri.
Vinte minutos pareceram-nos vinte anos!
Parece exagero. Mas não é não.
O nervosismo e a ansiedade tomaram conta de nosso ser. Não é
brincadeira dedicar-se durante tantos anos a pesquisas severas e
cansativas e fazer viagens em países tão distantes.
A única ajuda que recebemos foi a licença remunerada, da
Universidade, publicada no Diário Oficial, para nos ausentar do
Brasil, com a finalidade de nos submeter a uma defesa de tese.(D.O.E.
28-6-1984, p.56).
Dentro em pouco, o "meirinho", ou melhor, o Secretário da Mesa
bateu, suavemente, a porta da saleta.
- Monsieur, faites-moi le plaisir d'entrer.
Os franceses são notáveis por sua elegância e pelo trato
cerimonioso, com as pessoas. Nada pedem, sem a tradicional
reverência, como que se estivessem dirigindo a Sua Magnificência o
Senhor Reitor.
O veredicto não se fez esperar:
"Em nome do Governo Francês, proclamou o Presidente, em tom solene e
litúrgico, o Júri decidiu, por unanimidade, conferir-lhe o título de
Docteur d'État ès-Lettres et Sciences Humaines, option Histoire,
avec Ia mention Honorable".
Reservamos para nós a privacidade de nossa profunda e grande emoção.
Lembrando-nos de Donizetti, fechamos os olhos, para reabsorver as
nossas "furtivas lágrimas". Introduzimo-nos em nós mesmos e no
recôndito de nossa alma, elevamos o nosso coração ao Senhor, num ato
de profundo agradecimento. Não está em nós descrever esta cena. -
Faltam-nos palavras, faltam-nos engenho e arte!
Mais tarde, após a solenidade, em uma reunião fraterna, estourou-se
champanha, em homenagem, ao novo Doutor.
"Vossa Senhoria, diz-nos o Secretário, deverá, amanhã cedo,
dirigir-se à Presidência da Universidade que lhe fornecerá um
Certificado que será assinado pelo Senhor Presidente, pelo Chefe de
Escolaridade, Senhor R. Maniglier, pelo Senhor Ministro das Relações
Exteriores de França, pelo Consulado Geral do Brasil, em Paris e
demais outras autoridades oficiais, que acompanharão o Atestado de
Inscrição no Fichário Central das Teses, que lhe dará o direito de
pleitear uma cátedra de Professor Titular em qualquer de nossas
universidades e proferir conferências que serão agendadas,
previamente, segundo as suas conveniências. Deste documento só lhe
será fornecido um original. Em caso de extravio, é impossível
fornecer-lhe outro. Mais tarde, se for de seu interesse, poderá
substituí-lo por um solene diploma.
Todos os seus documentos, como a autorização do Ministério de
Educação Nacional, publicada no Jornal Oficial, para a realização da
sua defesa de tese; Ata da Defesa com as assinaturas de todos os
membros do Júri; Ato de designação dos membros do Júri, com seus
respectivos títulos; Atestado do Registro do titulo da tese a ser
defendida, na repartição pública competente; Certidão de Inscrição
da tese e sua respectiva motivação na Secretaria da Universidade e
outros mais serão enviados, diretamente, por via diplomática, ao
Magnífico Reitor de sua Universidade, no Brasil."
Realizou-se, assim, a cerimônia de Colação do Grau de Doutor de
Estado.
Esta defesa., seguida da outorga do título de Doutor de Estado, - a
mais elevada dignidade acadêmica - além dos privilégios costumeiros,
acaba de nos conferir e reconhecer autoridade jurídica para
discutir, ex-cathedra e a nível universitário, qualquer questão ou
litígios no âmbito da Heráldica. Não nos consta que em qualquer
outra Universidade do mundo, tenha havido apresentação de outra
tese, relacionada com a Heráldica e com o Direito Nobiliário.
Meses após, o Magnífico Reitor da UNESP deu a notícia, ao Diretor de
nosso Instituto, de que nossos documentos estavam na Reitoria, à
nossa disposição. Foram-lhe entregues, pessoalmente, pelo Cônsul
Geral de França em São Paulo.
Deveríamos, agora, requerer à Universidade para que tais documentos,
todos com tradução juramentada como manda a Lei, acompanhados por
sua respectiva tese sejam reconhecidos pela Universidade.
O Processo de Equivalência de título tomou o n°
227/84, com data de 01-8-1984. Um calhamaço de 78 folhas e mais os
três volumes da tese percorreram as diversas Câmaras de
Pós-Graduação da UNESP, para serem cuidadosamente analisados e,
munidos de diversos Pareceres, enviados, em obediência ao artigo 2°
da Resolução UNESP n°s
25/81, ao Instituto de História e Serviço Social de Franca, SP, sob
a direção do Prof.Dr. Manuel Nunes Dias
Foi nomeado, para Relator, o Prof. Dr. Álvaro Lorenzini que, em seu
Parecer, deixou o seguinte depoimento: "Examinando inicialmente do
ponto de vista de sua idoneidade, não subsiste dúvida de que este
título de Doutor de Estado, como tal, reveste-se do mais alto
mérito, seja pela honorabilidade da Instituição que o outorgou, seja
pelas qualidades indiscutíveis da tese, um alentado trabalho de 700
páginas, fartamente documentado, ao qual foi atribuída a menção "Honorable"
por uma ilustre banca de especialistas."
Em seguida, após um ano de percurso, foram os documentos remetidos
ao Conselho Universitário, reunido em sessão de 12-9-1985, para
deliberação.
Documenta II
Logo, a seguir, o Magnífico Reitor Prof. Dr. Jorge Nagle editou o
seguinte Despacho:
Unesp-Universidade Estadual Paulista - Reitoria.
Proc. 227/
84-RUNESP (an.3 livros)-fls.48 Interessado Waldemar Baroni Santos.
Despacho n.2677/85-RUNESP
"No uso de minhas atribuições legais e tendo em vista a deliberação
do Conselho Universitário, em sessão de 12/9/85, RECONHEÇO o título
de Doutor de Estado em Letras e Ciências Humanas, opção História,
obtido por Waldemar Baroni Santos na Universidade de Reims, em
França, como equivalente ao título de Livre Docente. Encaminhe-se ao
Instituto de Artes do Planalto. São Paulo, 23 de setembro de 1985
(Ass. JORGE NAGLE, Reitor)".
No dia 26-10-85, o Diário Oficial do Estado publicou a seguinte
Portaria de 25-10-85, do Vice Reitor em exercício:
"Campus de São Paulo de Piratininga. Proc. 323-80-1 AP- Vol.II,
apostilar a Portaria de integração de Waldemar Baroni Santos,
para declarar que, tendo em vista o dispositivo no artigo 80 do
Estatuto da UNESP, combinado com a Resolução UNESP 45-80 e com os
artigos 132 e 137 do Regimento Geral, passa a exercer a função de
Professor Adjunto, classificada no Departamento de Música, fazendo
jus ao salário correspondente ao valor da referência MS-5, acrescido
da gratificação por mérito, correspondente àquela função a partir de
25-03-85, nos termos da Resolução UNESP 14-83, correndo as despesas
pelas verbas próprias do orçamento vigente."
A Imprensa de diversos países, incluindo o Brasil, deu ampla
cobertura a este acontecimento, pondo-se em especial relevo, a
homenagem que nos prestou o Congresso Nacional (4).
Aos que pretendam defender alguma tese de Doutoramento e são
carentes de orientações, será muito útil consultar, também, o
Decreto Federal n. 87.814, os comentários de Ricardo Bonalume Neto,
além das publicações e orientações da CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que entrevistou cerca
de 8.700 mestres e doutores formados na década de 90. "Isto mostra
que o mercado , em geral, reconhece o esforço (do profissional ) em
se qualificar" diz Jacques Velloso, professor titular de economia da
educação da UnB e coordenador da pesquisa (Cf. Folha de S. Paulo,
Folha Classificados, 04-7-2004).
REIMS
A que vem esta descrição da cidade de Reims? E que foi ela que,
carinhosamente, nos acolheu para nos conferir a maior dignidade
cultural de nossa vida. Devemos-lhe este favor.
A cidade de Reims goza de um extraordinário prestígio na História da
França. Fatos importantíssimos ocorreram nesta bela cidade situada,
ao Norte da França, na Champagne-Ardenne.
A frente de um exército, Joana D'Arc conduziu Carlos VII à esta
cidade, tida por "Capital das Coroações", desde Henrique I, em 1027
até Carlos X, em 1825, para ser sagrado e entronizado rei de França.
Em homenagem a ela ergueu-se, em praça pública, uma belíssima
estátua.
Sede de Bispado desde 496, hoje Arcebispado, possui a magnífica
Catedral de Notre Dame no mais legítimo estilo gótico, erigida em
1211. Quase foi destruída pela sanha incontida dos alemães que, há
sessenta anos atrás, durante a Primeira Grande Guerra, a
bombardearam, por várias vezes, e quase a demoliram. A valente
população de fieis a reconstruíram, recompondo, peça por peça, suas
estátuas mutiladas e desfiguradas, que enriquecem os três portais, e
os vitrais projetados por Jean d'Orbais; as três rosáceas e outros
adornos arquitetônicos de real valor artístico. Há, nesse conjunto,
a escultura de um "Anjo que Ri", cujo pôster está presente em todos
os restaurantes, em todos os institutos e em todos os
estabelecimentos da cidade.
Reims vive sob a proteção desta imagem bendita.
Desde os séc. XI ao XIII, encontra-se aí a famosa abadia de São
Remígio, com a bacia de pedra, como relíquia, onde foi batizado o
rei Clovis. A par desta resplendente basílica, há o Museu do Tau,
onde se encontram o manto de veludo azul, todo bordado a ouro, e
demais peças litúrgicas que serviram para a sagração de Carlos X.
Como capital da província da Champagne, possui inúmeras cavas, onde
se fabrica a magnífica e inigualável champanha.Há, ainda um
histórico Arco Romano. Na Rua Pierre Taittinger, 57, temos a sede de
uma grandiosa universidade-DER. Lettres et Sciences Humaines, onde
se realizam, além dos cursos de graduação, conferências, diálogos,
seminários e defesas de teses que contam com a participação assídua
de professores, alunos e convidados.
O clima é ameno e muito frio no inverno.A população é alegre,
hospitaleira e amável. Sempre pronta a atender os turistas em suas
menores dificuldades.
A cidade de Reims fica entre Paris e Luxemburgo. Por via férrea, em
vagões confortáveis, em poucas horas, chega-se a este heráldico Grão
Ducado, com inúmeras agências que se prontificam a conduzir os
turistas a seus famosos castelos e às interessantes construções dos
tempos da Idade Média! E um prato cheio que satisfaz aos mais
exigentes estudantes de História.
Os ofícios religiosos, nas igrejas de Reims, são acolhedores e nos
transmitem muita paz, principalmente, pelos cânticos regidos por uma
competente maestrina. Tem-se a impressão de que se está presente,
num mosteiro dos beneditinos de Solesmes, a entoarem um celestial
gregoriano. De mãos postas, seguem as normas da música sacra do
Santo Papa Pio X.
A cultura
do povo é fora de série.
O Dia da Música é comemorado com indescritível satisfação e a cidade
amanhece coberta por uma atmosfera sonora de estilo clássico. De
todo os cantos, de todas as casas emergem sons acalentadores e
alegres, atendendo a todos os gostos.
Um passeio em suas praças, à tardezinha, é sempre um programa que
deixa saudades.
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Catedral de
Reims onde os reis de França eram coroados
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DISTINÇÕES HONORÍFICAS
OFICIAIS
1- Grande Oficial da "Ordine della Corona d' Itália" por
S.M. Umberto II, Rei de Itália, Roma, 25-5-1946.
2- Grã-Cruz da "Ordine dei Sti. Maurizio e Lazzaro" por S.M
Umberto II, Rei de Itália Roma, .27-5-1946.
3- Marechal Honorário da Allied Resistance Force IMOS,
34-12-1948
4- Medalha The Commerative War Medal of Eisenhover,USA,24-12-48
5- Brevet The Internallied Distinguished Service Cross, USA,
24-12-48
6- Agente Diplomático do Principado Soberano de Kassala, Sudão
Anglo-Egípcio, 27-2-1953.
7- Comendador da Education Sociale, Paris. 26-5-1953
8- Ministro Plenipotenciário do Principado de Kassala,
9- Medalha de Mérito e Membro de Honra do Congresso Brasileiro
de Medicina Militar, 15-7-1954.
10- Medalha Marechal Souza Aguiar, Ministério da Justiça,
02-6-1955.
11- Medalha Marechal Hermes, idem,.ibidem, 07-9-1955
12- Comendador e Estrela de Mérito de IIª Classe da Legion des
Voluntaires du Sang, Paris, 29-5-1956.
13- Coronel Honorário do Moviment de Résistance St. Denys, 18-6-1958
14- Citação por Serviços Meritórios, Bruxelles, Bélgique, 10-4-1959.
15- Grã-Cruz da Ordem do Albatroz do Museu Naval da Guanabara, 1962
16- Distinção San Martin-Bolivar do Instituto Interamericano de
Union Economica por Mercado Comum, Argentina, 29-12-1962.
17- Honra ao Mérito Prefeitura Municipal de S. Bernardo do Campo,
1968
18- Medalha Escolar Marechal Rondon, Museu de História. RJ,
01-4-1969.
19- Cidadão Bragantino. Decreto Legislativo n.3 de 9-7-1975
20- Troféu Prefeitura Municipal de S. Bernardo do Campo
SP,31-12-1975
21- Citação na "Perizia Giurata Stragiudiziale Pretura Unificata di
BergamoTribunal di Bergamo n.5401 de 31-5-1979
22- Cônsul Honorário da República Polonesa no Exílio, 29-5-1980
23- Medalha de Mérito da Associated Special Investigators and Police
International, Canadá, 10-6-1980
24- Medalha do Conseil du Puy de Dome, França, 5-2-1981.
25- Membro do Comitato d'Onore- Premio Internazionale Europa-Pace
Progresso, Roma, 10-10-1981.
26- Perizia Giurata Stragiudiziale 22641 de 23-12-1981- Tribunal de
Bergamo, reconhecendo os seus direitos dinásticos.(Reg. 2°
Cartório de Títulos e Documentos de S. Paulo, n. 1347966 de
22-12-1988).
27- Membro Titular da Ordem dos Bandeirantes, SP, 13-8-94
28- Colar Ibrahim Nobre -Governo do Estado de SP, 09-7-03
29- Kentucky Colonel.- Nomeação do Governador Paul E. Patton, Estado
de Kentucky, USA, 22-01-02.
30- Cav. Grã-Cruz da Ordem do Ipiranga do Governo do Estado de SP-(
DOE de 26-9-1001).
31- Almirante em Chefe da Grande Marinha do Estado de Nebrascka, USA,
nomeação do Governador Mike Johanns, 25-6-02.
32- Ambassador of Goodwill da Commonwealth of Kentucky, USA,
Governador Paul E. Patton, 03-9-02.
33- Honorary Fellow Australian-Asian Institute of Civil Leadership,
17-10-05.
34- Honorary Addisory Professor of the Australian-Asian Institute of
Civil Leaderschip.
35- Medalha Rosa da Solidariedade, Governo do Estado de SP, 11-3-04
36- Secretário do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito do Governo
do Estado de S. Paulo.
37- Medalha "Solar dos Andradas" da SOAMI-CPOR/SP,- 06-4-2006.
38- Sagrado, com os Santos Óleos, como Ppe. Cristão, em solene
pontifical, pelo Bispo Diocesano de Bragança Paulista, Dom José
Lafayette Ferreira Alvares, em comunhão com a Santa Sé Apostólica,
em 01-11-1976. (WBS-Tratado de Heráldica, vol. II, p. 273 e Bragança
Jornal de 30-10-76, 13-11-76 etc. e .III Cartório de Tít. e
Documentos S.P. reg. n. 3118256 de 13-111-1990.)
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ALGUMAS DIGNIDADES OFICIAIS
conferidas ao Autor
- Institut de Documentation et d'Etudes Européennes
"En vertu des dispositions et sur base des mérites et qualifications
du récipiendaire, le CONSEIL ACADÉMIQUE de l' Institut de
Documentation et d' Etudes Européennes rend officielle Ia nomination
de S.E.Dr.Waldemar Baroni Santos en qualité de Membre d'honneur du
Conseil académique international et Conseiller Spécial". Namur,
Belgique, 25-4-79
- The Military and Hospitaller Order of Saint Lazarus of Jerusalem.
Grão Mestre: Ppe. Don Francisco de Borbon y Escasany, Duque de
Sevilha e Grande de Espanha.
Commander (CLJ), Malta, 29-8-1994
- Ordens da Casa Real d'Itália:
S.M. Umberto II
- Ordine della Corona d'Italia.
Grand'Ufficiale, colla qualifica di Conte di Midila. Roma, 16-5-1946
Firmato: Umberto; Contrassegnato: Lucifero.
- Ordine dei Santi Maurizio e Lazzaro
Gran Croce, Conte di Midila, Roma, 27-5-1946 Firmato: Umberto;
Contrassegnato: Revel.
- Lettera: Ordres Dynasdques de la Maison Royale de Savoie - Vésenaz,
Suisse. "Gran Signore ed Amico, Le envio la lettera con la quale la
Gran
cancelleria dell'Ordine Mauriziano mi comunica che il suo nome è
stato ufficialmente inserito nel Ruolo dei Cavalieri.
(Ass.) Conte Prof..Dr. Silverio Signoracci, Gran Priorato d'Itália."
- Ordem de Malta
Ordo Sancti Joannis Hospitalis Hierosolymitani
Sub constitutione mandatoque Jugoslavae Regis Petri Secundi concesso.
Balius Magnae Crucis Justitiae
Malta, in festo Sancti Joannis MCMXCVIII.
- International Association of Educators for World Peace-NGO, United
Nations & UNESCO.
Member in Good Standing Prof. Dr. Waldemar Baroni Santos, founder.
In Recognition for outstanding service to the community and notable
concern for all people, 15-6-1989.
- Ordem Greco-Ortodoxa do Santo Sepulcro
S. B. Benedictus I Patriarca de Jerusalém (diploma redigido em
grego)
Trad.: Panhypersebastos (Alteza Celsíssima) kai (e) Kyrios (Senhor)
- GRANDE OFICIAL Reg. 8-3-1967-55/GO/1967.
Selo: Benedictos Patriarché Yebosolymon Patos Archon.
(cf .Tierra Santa - Repercusiones en Jerusalen de la visita del Papa
Paulus VI, Enero,1965, p.19. Nessa ocasião, Sua Santidade foi
recebido, em Jerusalém, pelo Patriarca Sua Beatitude Benedictus I).
- Ministério da Justiça e Negócios Interiores
Medalha Marechal Souza Aguiar, 02-6-1955
Medalha Marechal Hermes, 07-9-1955
- Museu Naval da Guanabara
Grã Cruz da Ordem do Albatroz, 13-12-1962
- Santa Sé (SS. Paulo VI)
Benedizione Pontifícia, colla qualifica di Conte di Sto. Ignazio,
14-7-1967.
cima
OBRAS DO
PROFESSOR DR. WALDEMAR BARONI SANTOS
1) O Jovem Naturalista, 1941.
2) Tratado de Heráldica, em três volumes: I/1978, com 322 páginas,
II/1990, com 316 páginas e III/2004, com 288 páginas.
3) O que é bom saber sobre Higiene e Segurança no Trabalho, na
Indústria e no Campo, Ed. Vulcabrás, SP
4) Higiene Segurança no Trabalho, apostilas editadas pelo Centro
Acadêmico Morvan Dias de Figueiredo da ESAN/PUC, na qualidade de 1°
professor desta disciplina de ensino superior, credenciado pelo MEC.
5) Enciclopédia Decimal em parceria com o prof. Arlindo Veiga dos
Santos.
6) A Heráldica dos Bispos de São Paulo, em "Igreja nos Quatro
Séculos de São Paulo", com 584 páginas.
7) Redator da Rev. "Gama Estudantil", 1954/ 58.
8) Numerosos artigos e crônicas em revistas e jornais do Brasil e do
exterior, em sua qualidade de Assessor da Diretoria do "O Diário
Popular" e Diretor Superintendente do "Correio, da. Zona. Sul", SP.
9) Diversas palestras, discursos e conferências.
10) Inúmeros pareceres jurídicos e heráldicos.
11)
L'Héraldique Brésiliènne comme science auxiliaire del'Histoire
et ses Rélations avec L'Héraldique des Pays Latins, essai de Droit
Nobiliaire. (These pour le Doctorat d'État Université de Reims, FR,
1984). 700 pages de texte. Reconhecido pela Universidade Estadual
Paulista - UNESP. (D.O. 28-10-1985).
12) Problemas de Psicopatologia estudados à luz da Fisiologia
hormonal. Tese de doutorado, publ. em "Correio da Zona Sul", SP, de
27/IX a 05/X de 1970.
13) História da Religião e da Igreja,30 cap.em Diário Popular,SP,
1965.
14) Brasões (prelados da Igreja).
15) Diversos quadros, óleo sobre tela.
16) Inúmeras peças de música sacra.
17) Reminiscências – Editora Referência Ltda - 1999.
Diante de tudo isso, teve o professor o cuidado em sua obra Tratado
de Heráldica, de elucidar todas as as dúvidas utilizando-se de
modelos ilustrados de próprio punho e a bico de pena, e com isso
estimulando aos leitores de suas obras a uma melhor fixação dos
conceitos, e ao mesmo tempo encorajando-os a se aprofundar na
pesquisa. Finalmente que a docência e o saber não estão ameaçados de
submergir no naufrágio da decadência e do desestímulo. Fico feliz e
engrandecida de ter escolhido esta pessoa privilegiada e de
inteligência vitoriosa para esta humilde homenagem, ao Professor e
mestre em Heráldica Prof. Dr. Waldemar Baroni Santos, por sua dedicação ao campo de
estudos da Heráldica no Brasil e no mundo. Desejo com este site
comemorar sua trajetória como pesquisador e educador exemplar, e
celebrar sua discrição, modéstia e despretensão. O professor está, e
sempre esteve, mais preocupado com pesquisar, discutir, pensar,
ensinar e entusiasmar outros pesquisadores a continuar a estudar e
se encantar com o conhecimento do que com sua própria notoriedade,
um verdadeiro intelectual.
O nosso mestre
Prof. Dr. Baroni é admirado e respeitado por sua integridade, seriedade
profissional, paixão pelo saber e enorme capacidade de compartilhar
seu conhecimento e de se doar ao outro. Certamente, ele é feito de
matéria pouco comum em nossos dias. Eis por que um site que
homenageia sua trajetória, sua vida profissional e literária, faz
tanto sentido. Temos a esperança de que seu exemplo, materializado
nesta singela homenagem, gere ainda mais seguidores dos modos de
caminhar e dos caminhos que escolheu trilhar.
Este site é o nosso muito obrigado, caro professor!
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Consuelo Maria Freire
Guimarães é
advogada, associada da ASBRAP - Associação Brasileira de
Pesquisadores de História e Genealogia e do Instituto
Genealógico Brasileiro.
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não receba spam em sua caixa postal.
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