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ORIGEM
DA
FAMÍLIA
FREIRE
Sobrenome de
origem religiosa. Do antigo subst. freire, cavaleiro
de ordem militar, o qual tem alguns dos votos religiosos e reside em
convento. Do francês «frére», irmão. Também topônimo
de Portugal. Do genitivo *Fredarii da forma alatinada correspondente a Fredario
[documentado em 1009], Fredeiro [documentado em 907], em gótico Fritha-harjis,
de frithus, paz, e harjus, exército (Antenor Nascentes, II, 118;
Anuário Genealógico Latino, IV, 21).
O Genealogista frei José S. Crespo Pozo, O. de M., em sua obra Linajes y Blasones de Galícia, dedica-se ao estudo desta família (Pozo - Linhajes de Galícia)
Em Portugal:
A família Freire, tem suas origens na família Freire
de Andrade (v.s.).
No Brasil:
Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida em Pernambuco para onde passou Francisco de Brito Freire, nascido na Vila de Coruche na província de Alentejo, 4º filho de Antonio Fróes de Andrade Fronteiro em Tagere e D. Catharina Freire, filha de Manoel de Andrade Freire Comendador da Ordem de Cristo e sua mulher D. Beatriz Freire. Francisco foi o 3º governador general de Pernambuco tomou posse em 05/03/1664 à 30/07/1666, morreu em Lisboa em 08/11/1692, aos 70 anos foi sepultado em Coruche. Ele foi casado com D. Maria de Menezes filha de João de Menezes.
Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou João Pedro Freire, nascido por volta de 1.704, na Freguesia de São João Batista de Lumiar, Concelho de Olivais, Patriarcado de Lisboa, Portugal.
Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida em São Paulo, procedente de Lisboa. Chegou ao Brasil, a 30.04.1885, à bordo do vapor Laplata, Manuel Freire, natural de Portugal, 41 anos de idade, com destino a capital do estado de São Paulo (Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, Livro 002, pág. 209 - 30.04.1885).
Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida no Brasil, onde chegou, em 17.10.1884, Joaquim José Nunes Freire, natural de Portugal, procedente de Lisboa, 49 anos de idade, com destino a capital do estado de São Paulo. No documento original, o nome do imigrante está abreviado (Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, Livro 002, pág. 097- 17.10.1884).
Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida no Brasil, onde chegou, em 21.10.1884, a bordo do vapor Trento, Luiz Freire, natural de Portugal, procedente de Lisboa, 49 anos de idade, com destino a Santos, estado de São Paulo (Hospedaria dos Imigrantes - São Paulo, livro 002, pág. 099 - 21.10.1884).
No
Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a de Antônio
Freire [c.1600 - 1678, RJ], que deixou descendência do seu casamento, casou em 1630,
com Violante de Lima [c.1610 - 1681, RJ], filha de João Gomes Ribeiro (Rheingantz,
II, 191). Rheingantz registra mais 21 famílias com este sobrenome, nos séculos
XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Sobrenome de muitas famílias estabelecidas na Bahia, entre elas, a de Manuel Velho Freire, que, no estado da Índia e nas guerras de Pernambuco [séc. XVII], onde militou, fez ações muito heróicas e distintas. Deixou geração do seu casamento com Catarina das Neves, que foi bisneta de Fernando Vaz Cernache, natural da Cidade do Porto, governador da Capitania do Espírito Santo [Brasil], com patente de capitão-mor, e senhor de uma légua de terra, na dita capitania, que lhe foi dada por Carta de Sesmaria. Entre os descendentes do casal, registram-se:
I - o neto, Inácio Freire de Almeida Lima, natural do termo da Vila de Santo Amaro da Purificação, Bahia. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante;
II - o neto, Antônio de Lima Freire, natural do termo da Vila de Santo Amaro da Purificação, da Bahia. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; e
III - o neto, Isidoro Freire de
Almeida Lima, natural do termo da Vila de Santo Amaro da Purificação, da
Bahia. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes
adiante.
Cristãos
Novos:
Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Na Bahia,
entre outras, registra-se a família de Manuel Lopes Freire, «parte
de cristão novo», morador em Salvador, homem do mar, que saiu no auto-de-fé
de 1688 (Wolff, Dic., I, 81).
Linha
Natural: Em São Paulo, por exemplo, cabe registrar Francisco José
Freire, nat. de Mogi das Cruzes, «filho natural» de Francisca Bueno,
foi casada em 1806, em Itajubá (MG), com Ana Francisca da Assunção, filha
de João Lobo (Monsenhor Lefort - Itajubá).
Nobreza Titular: Família estabelecida no Sergipe, procedente do tenente-coronel Luís Francisco Freire, que deixou geração do seu casamento, por volta de 1815, com Adriana Francisca Freire. Foram pais de Felisberto de Oliveira Freire [12.05.1819, SE - 20.01.1889], agraciado com o título nobiliárquico de Barão de Laranjeiras [29.02.1872]. Casado com Maria Cândida de Souza Bastos [- 20.08.1905], baronesa de Laranjeiras, filha do capitão Francisco Manuel de Souza Bastos e de Joaquina Perpétua do Amor Divino.
Heráldica:
I - o mesmo da família Freire de Andrade (Sanches Baena, II, 73).
II - Antônio de Lima Freire, citado acima, ramo da Bahia. Carta de Brasão de 25.09.1771. Registro no Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 158v - um escudo esquartelado:
no primeiro
quartel, as armas
da família Lima (v.s.);
no segundo
quartel, as armas da família
Freire (v.s.);
no terceiro
quartel, as armas da família Cernaches
(v.s.); e
no quarto
quartel, as armas da família Almeida (v.s.);
III - Inácio Freire de Almeida Lima, irmão do anterior, citado acima,
ramo da Bahia.
III- Inácio Freire de Almeida LIma, irmão do anterior, citado acima, ramo da Bahia.
Brasão de Armas, datado de 02.10.1771. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro I, fl. 159v: - um escudo esquartelado:
no primeiro
quartel, as armas da família Lima (v.s.);
no segundo quartel,
as
armas
da família Freire (v.s.);
no terceiro quartel,
as armas da família
Cernache (v.s.); e
no quarto quartel,
as armas da família Almeida
(v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 253);
IV - Isidoro Freire de Almeida Lima, irmão dos anteriores, citado acima, ramo da Bahia.
Brasão
de Armas, datado de 02.10.1771. Registrado no Cartório da Nobreza,
Livro I, fl. 159: - um escudo esquartelado:
no primeiro quartel,
as armas
da família Lima (v.s.);
no segundo quartel,
as armas da família
Freire (v.s.);
no terceiro quartel,
as armas da família Cernache
(v.s.); e
no quarto quartel, as armas da família Almeida (v.s.)
(Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 259).
Heráldica
Século XVIII:
I - Alvaro Manuel Freire Zuzarte de Souza, natural da vila de Abrantes. Brasão de Armas datado de 23.07.1787; um escudo esquartelado:
no primeiro quartel, as armas da família
Souza;
no segundo quartel, as armas da família Freire,
no terceiro quartel, as armas da família Castro; e
no quarto quartel, as armas da família Ferreira (Sanches Baena, Archivo
Heraldico, I, 13).
Século XIX:
I -Albino de Abranches Freire de Figueiredo, bacharel formado em direito. Brasão de Armas datado de 31.01.1866: um escudo esquartelado:
no primeiro quartel, as armas da Família
Figueiredo;
no segundo quartel, as armas da Família Freire;
no terceiro quartel, as armas da Família Abranches; e
no quarto quartel, as armas da Família Ferrão. (Sanches Baena, ARchivo
Heraldico, I, 5).
Fonte: Dicionário da Famílias Brasileiras de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antonio Henrique da Cunha Bueno.
ORIGEM DOS FREIRE
As
lutas para expulsão dos mouros da Península Ibérica geraram um sentimento de
religiosidade, provocando uma divisão global entre cristãos e muçulmanos.
Criando-se vários reinos isolados nas terras que hoje representam as nações
de Portugal e de Espanha.
O reino de Leão, região que corresponde hoje ao extremo norte da Espanha, era dividido em ducados, onde fazia parte daquele reino o ducado de Portu-Callis e o ducado da Galiza. "Dois fidalgos franceses, D. Raimundo, filho do Conde de Borgonha e D. Henrique, seu primo, ofereceram-se a Afonso VI, rei de Leão, para combater na guerra contra os mouros, talvez em retribuição aos serviços de guerra prestados pelos dois primos, ou por qualquer outra causa, Afonso VI teve duas filhas:
1- D. Urraca sua filha legítima, casou com D. Raimundo que recebeu o governo da Galicia.
2-
D. Tereza sua filha bastarda casou com
Henrique. que recebeu o condado de
Portu-Callis" (A. Souto Maior, História do Brasil, página 17).
Na Verbo Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura Ltda. (página 1397, volume 8. Editorial Verbo. Lisboa. 1969.) FRADE, FREIRE E FREI.
No século XI fundaram-se
as associações religiosas de cavaleiros, ditas Ordens Militares, cujos
membros, na linguagem da Igreja, se chamavam frates, e cada um deles frater
(m). Esta palavra entrou na linguagem do povo como nome da realidade que então
aparecia, o cavaleiro fraternizado nas Ordens Militares, e, conforme circunstâncias
de tempo e de lugar, no território português foi evolucionando foneticamente
para formas afins da forma "Freire" que sobre as demais vingou como
nome comum desses cavaleiros, e para a forma "Frei" como nome
prepositivo a qualificar o nome próprio dos mesmos cavaleiros.
De
acordo com pesquisa, do Museu de Ciências Naturais (Horto de Dois Irmãos.
Recife-Pe). D. João Ribeiro Gaio, bispo de Málaca (na idade média), fez os
seguintes versos a homenagear os Freire:
La
Torre de los Andrade en Pontedeume, Galicia
dê um clique na figura para aumentá-la
"Nas
de Galiza montanhas
Tem
os Freire solar
Monifroes
se usavam chamar
Vindos
da França a Espanha
Aos
mouros guerrear"
"A
banda que através fende
Sobre
esmeralda luzente
Com
cabeças de serpente
Freire
de Andrade comprehende
De
Galiza descendente
"Em
que lá tenha logar
Para
se mais nomear
E
nos reinos de Castela
Os
que cá tem Bobadela
Não
será para calar"
Entre
os cavaleiros franceses que vindos da França, acompanharam D. Raimundo e D.
Henrique, soldados que constituíram os '"Freire, família da antiga Galiza,
que se reuniu à dos Andrade, quase no princípio, ligando-se depois, por novos
laços matrimoniais tão repetidas vezes que é, difícil distinguir uma da
outra. Estas uniões fizeram uma só família, a dos Freire de Andrade, que
passou a Portugal na idade média. Uns usam os dois apelidos reunidos, outros só
o de Andrade ou só de Freire, sendo a este, conforme parece que pertenciam as
armas (brasão de nobreza) com a banda, abocada pelas cabeças de serpe
(Enciclopédia Portuguesa e Brasileira).
Afonso
I, rei de Portugal em 1065, forma na cidade de Évora, uma ordem de cavalaria
com o nome "Ordem dos Cavaleiros Freire de Évora" que tinha por
objetivo combater os mouros. Esta ordem sofreu, posteriormente, uma unificação
com a Ordem dos Cavaleiros de Calatrava, criada em 1158 na Espanha e introduzida
em Portugal em 1166, que por sua vez, teve seus bens transferidos para a Ordem
dos Cavaleiros de Avís que deu origem a uma das dinastias de reis de
Portugal" (Enciclopédia Mirador Internacional, volume 9, página 4457).
No ritual de iniciação dos magos, faz-se o seguinte juramento:
"Venho diante de Deus, e diante de vós e diante dos
Freires"... (Paulo Coelho. O diário de um mago. Rio de Janeiro. Editora
Rocco. 1990. páginas 211 e 220). Dando a entender que aquele ritual de
iniciação de magia, ocorreu no Castillo de Los Templários (Castelo este que
pertenceu a Ordem dos Freires) na
cidade de Ponferrada, na Galícia (idem, idem página 211).
Comenta Alfredo Freire (pai do sociólogo Gilberto Freire, em seu livro Dos 8 aos 80 anos. UFPE. Recife. 1970. página 206.) "Pouco se sabe do início da família Freire ou Freyre, em Pernambuco.
Estudioso do assunto, o falecido
advogado paulista Paulo Inglês de Souza, que investigou na Espanha e em
Portugal as origens galegas (arredores de Santiago de Compostela) dos Freyres ou
Freire de Andrade, de São Paulo e de Minas Gerais, José Bonifácio,
Antonio Carlos, entre eles, e dos quais ele próprio, Paulo Inglês de Souza,
descendia), sustentava ter vindo um ramo
dos mesmos Freyres ou Freire para Pernambuco, notando que haveria entre os
atuais descendentes pernambucanos, paulistas, mineiros e também portugueses e
espanhóis, dos Freyres da Galícia, semelhanças de caráter antropológicos, físicos,
fáceis, segundo ele, de ser comprovadas através de exames antropométricos
minuciosos que viessem a ser feitos".
Nas nossas pesquisas (?), onde fizemos levantamentos da vida de diversas
pessoas que tivessem o sobrenome Freire, na elaboração desse conjunto de
biografias de Freires, foi concebida pela necessidade
de se identificar os integrantes da
família Freire de Garanhuns. Partindo-se do princípio de que se encontrássemos
algum Lopes Freire, em virtude de que o primeiro Freire, realmente comprovado João
Lopes Freire, nosso bisavô, em épocas
mais remotas, poderíamos estabelecer um roteiro para equacionarmos nossa
genealogia, no entanto, somente dois Lopes Freire encontramos, além, de
naturalmente do nosso bisavô. João Lopes Freire, proprietário de terras, em
1791, no lugar chamado de Cachoeira dos Gatos nos arredores de Garanhuns e
Miguel Lopes Freire, estudante no Seminário de Olinda, em 1800. Por outro lado,
como a pesquisa (?) está apenas se iniciando, acredito que este
"veio" da família Freire ainda possa surgir.
Devemos levar em consideração que o primeiro João Lopes Freire,
proprietário de terras em 1791, deveria já ser um senhor, pessoa de idade
madura, enquanto que em 1800, Miguel Lopes Freire, deveria ser em rapazote, pois
era estudante. E como a 200 anos atrás não deveria ser comum diversos ramos de
família com os mesmos nomes, é de supor-se, em princípio, que fazem parte de
um mesmo ramo familiar, de uma mesma época do nosso bisavô João Lopes
Freire. É preciso averiguar com muito empenho estes dois pontos. O Lopes
Freire da Cachoeira dos Gatos e o do Seminário de Olinda daquelas épocas.
Neste conjunto de biografias constatamos que o nosso método (?) se pudermos assim chamar, visto que não há a menor base científica, não tenho qualquer conhecimento de genealogia, é tudo empírico, só vontade de fazer, pode dar certo, em virtude de que encontramos ramos de famílias Freire que podem direcionar para a identificação dos "nossos Freires", em virtude de que encontramos os ramos de:
os da Silva Freire, | os Oliveira Freire, |
os de Luna Freire, | os Andrade Freire, |
os Machado Freire, | os Muniz Freire, |
os Machado Freire Pereira da Silva, | os Freire da Fonseca |
os Freire de Carvalho, | e finalmente os
de Barros Freire. |
Os da Silva Freire, leva-nos ao ramo da família que chega a Fernando Freyre, filho do sociólogo Gilberto Freire, onde identificamos seu avô Alfredo Freire, seu bisavô Alfredo Freire e seu trisavô José Alves da Silva Freire, que foi juiz de órfãos e Municipal na cidade de Vitória de Santo Antão em 1835, quando foi assassinado. Se partirmos daí, desse juiz, e identificarmos junto ao órgão de controle do Estado de Pernambuco que autorizou sua nomeação naquela cidade, possivelmente possamos ter a sua ascendência, e assim, elasteceremos esta genealogia um pouco mais.
Encontramos ainda, Afonso Augusto da Silva Freire, conselheiro municipal na cidade de Palmares em 1892 e Paulino Augusto da Silva Freire, senhor de escravos, que morava na travessa do arraial para Casa Forte em Recife, no ano de 1844. O mesmo raciocínio pode ser feito com os demais ramos, ficando assim, aberta a pesquisa onde demonstramos que chegaríamos aos "nossos Freires" sabendo conseqüentemente que na procura dos nossos, iremos identificar genealogias diversas de outras pessoas.
Não é um trabalho
individual, como não poderia ser de forma alguma. A história é ampla e
coletiva, sem preconceitos, sem racismo, ela é necessariamente os fatos e devem
ser aceitos como de fato são, apesar dos acertos e erros provocados pelas
pessoas que a fizeram através dos tempos. Vamos encontrar "nossos Freires,
governadores, ministros, padres, e outras autoridades, mas, a genealogia irá
revelar também cangaceiros, tangedores de animais e outras atividades humildes
e às vezes até duvidosas, mas, é a família".
Fonte:
Luiz Meira Freire - 20/12/1984
- Recife Pernambuco - http://www.luizfreire.hpg.ig.com.br/index0.htm
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