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"Nosso Grupo de Genealogia da Familia Freire será tão forte quanto seus membros o façam"

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Biografia de 

Rosa Freire d´Aguiar

Rosa Freire D'Aguiar

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Rosa Freire D'Aguiar Furtado nasceu em 28 de agosto de 1948, no Rio de Janeiro. Formou-se bacharel em Comunicação/Jornalismo pela PUC-RJ e trabalhou em diversos órgãos de imprensa, como as revistas Fatos & Fotos, Manchete e Pais &Filhos. Também foi correspondente em Paris da revista Istoé e do Jornal da República, de São Paulo.

Como jornalista, Rosa Freire D'Aguiar já entrevistou algumas personalidades do mundo literário e artístico, como Georges Simenon, Roland Barthes, Rudolf Nureyev, Eugène Ionesco, Marc Chagall e Salvador Dali. Nos anos 80, foi membro do Conselho Editorial, editora e tradutora da Editora Paz e Terra, de São Paulo.

Rosa traduz do francês, do espanhol e do italiano. Desses idiomas, o primeiro que aprendeu foi o francês, ainda na infância, nos colégios em que estudou. Mais tarde fez o curso completo da Aliança Francesa, morou durante catorze anos em Paris, de 1987 a 2001, e desde 1987 reside na capital francesa durante cinco ou seis meses por ano.

Aprendeu espanhol em cursos diversos de língua e literatura, feitos no Brasil e na França, e em inúmeras viagens à Espanha, de 1974 a 1985, como correspondente de jornais brasileiros na Europa.

Também esteve na Itália para trabalhos jornalísticos, onde aprofundou o conhecimento de italiano obtido em cursos no Instituto Italiano di Cultura, no Rio de Janeiro e em Paris.

Seu trabalho tradutório compreende mais de 60 obras publicadas, além de versão do português para o francês e adaptações do português de Portugal para o português do Brasil. Todos os livros traduzidos são das áreas de literatura e ciências humanas/sociais e dentre os traduzidos se destacam autores como Ernesto Sábato, Manuel Vázques Montalbán e Louis-Ferdinand Céline.

Atualmente, é editora e tradutora da Companhia das Letras, desde 1990.

Verbete publicado em 1mar2006 por:
Rebeca Miscow Machado
Walter Carlos Costa

BIBLIOGRAFIA

Traduções publicadas

Althusser, Louis. O futuro dura muito tempo. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. (L'avenir dure longtemps).

Andahazi, Federico. As piedosas. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1998. (Las piadosas).

Aubert, Brigitte. A morte do bosque. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. (La mort des bois).

Aubert, Brigitte. Réquiem caribenho. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Requiem Caraïbe).

Barbero, Alessandro. Bela vida e guerras alheias do fidalgo Mr. Pyle. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1997. (Bella vita e guerre altrui di Mr. Pyle).

Bottéro, Jean. Nascimento de Deus. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Paz e Terra, 1995. (Naissance de Dieu).

C. Dickens, Fruttero & Lucentini. A verdade sobre o caso D. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] [co-tradução com Paulo Henriques Britto]. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. (La verità sul caso D.).

Calvino, Ítalo. O general na biblioteca. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Prima che tu dica Pronto).

Céline, Louis-Ferdinand. A vida e obra de Semmelweiss. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. (La vie et l'oeuvre de Philippe-Ignace Semmelweiss).

Céline, Louis-Ferdinand. De castelo em castelo. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. (D'un château l'autre).

Céline, Louis-Ferdinand. Viagem ao fim da noite. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. (Voyage au bout de la nuit).

Chamoiseau, Patrick. Texaco. [Por: Rosa Freire d'Aguiar].São Paulo: Companhia das Letras, 1993 .(Texaco).

Citati, Pietro. Goethe. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. (Goethe).

Citati, Pietroi. Proust. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (La colomba pugnalata).

Darieussecq, Marie. Porcarias. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1997. (Truismes).

Darrieussecq, Marie. Nascimento dos fantasmas. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Naissance des fantomes).

Debret, Jean-Baptiste e outro. Rio de Janeiro, cidade mestiça. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Rio de Janeiro - la ville métisse).

Dorfman, Ariel. O longo adeus a Pinochet. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. (El largo adiós a Pinochet).

Ferro, Marc. História das colonizações. [Por: Rosa Freire d'Aguiar].São Paulo: Companhia das Letras, 1996. (Histoires colonisations).

Finkielkraut, Alain. A memória vã. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1990. (La Mémoire vaine : du crime contre l'humanité).

Gattégno, Jean-Pierre. A noite do professor. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (La nuit du professeur).

Gattégno, Jean-Pierre. Neutralidade suspeita. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. (Neutralité malveillante).

Gattégno, Jean-Pierre. Transferência mortal. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Mortel transfert).

Goytisolo, Juan. A saga dos Marx. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. (La saga de los Marx).

Gruzinski, Serge. A passagem do século: 1480-1520. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Le passage du siècle, 1480-1520).

Gruzinski, Serge. O pensamento mestiço. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (La pensée métisse).

Hans, Marie-Françoise. As mulheres e o dinheiro. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Paz e Terra, 1991. (Les femmes et l'argent).

Hatzfeld, Jean. Uma temporada de facões - relatos do genocídio em Ruanda. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. (Une saison de machetes).

Herzog, Maurice. Annapurna. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Annapurna, premier huit Mille).

Kaplan, Leslie. O psicanalista. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Le Psychanaliste).

Kross, Jaan. O louco do czar. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. (Le Fou du Tzar).

Lapouge, Gilles. Equinociais. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. Campinas: Pontes Editores, 1994. (Equinoxiales).

Lévi-Strauss, Claude. Tristes Trópicos. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1996. (Tristes tropiques).

Leys, Simon. A morte de Napoleão. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. (La mort de Napoléon).

Louys, Pierre. A falsa Esther. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. In: Contos de horror do século XIX, vários autores, seleção de Alberto Manguel. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. (La fausse Esther).

Márai, Sándor. As brasas. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Le braci).

Muñoz Molina, Antonio. Sefarad. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. (Sefarad).

Nora, Dominique. O abraço do samurai. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1992. .(L'étreinte du samouraï).

Orsenna, Erik. A exposição colonial. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1990. (L'exposition coloniale).

Padura, Leonardo. Máscaras. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 2000. (Máscaras).

Pérez-Reverte, Arturo. A carta esférica. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (La carta esférica).

Perrault, Charles. O pequeno polegar. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005. (Le petit poucet). Ilustrações de Clotilde Perrin.

Pianzola, Maurice. Os papagaios amarelos. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. Brasília: Alhambra, 1992. (Les perroquets jaunes).

Piglia, Ricardo. Dinheiro queimado. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. (Plata Quemada).

Raeders, Georges. O inimigo cordial do Brasil. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1988. Coleção Leituras. São Paulo: Paz e Terra, 1997. (Lê comte de Gobineau au Brèsil). Edição de bolso: O conde de Gobineau no Brasil.

Sábato, Ernesto. Sobre heróis e tumbas. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. (Sobre héroes y tumbas).

Sarlo, Beatriz. "Beleza". [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. In: A paixão e a exceção.São Paulo: Companhia das Letras, 2005. (La pasión y la excepción).

Semprún, Jorge. A escrita ou a vida. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (La escritura o la vida).

Semprún, Jorge. Netchaiev está de volta. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1988. (Netchaiev est de retour).

Semprún, Jorge. Vinte anos e um dia. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. (Veinte años y un día)

Soublin, Jean. A república dos vencidos. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Le cham d'asile).

Soublin, Jean. D. Pedrro II, o Defensor perpétuo do Brasil. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Je suis l'empereur du Brésil).

Soublin, Jean. O comitê de riscos. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Paz e Terra, 1989. (Le Comité des risques).

Truffaut, François. Hitchcock/Truffaut. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. (Hitchcock/Truffaut).

Vargas Llosa, Mario. Os cadernos de don Rigoberto. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. (Los cuadernos de don Rigoberto).

Vázques Montalbán, Manuel. O homem da minha vida. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. (El hombre de mi vida).

Vázques Montalbán, Manuel. O senhor dos bonsais. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. (El señor de los bonsáis).

Vázquez Montalbán, Manuel. O estrangulador. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia da Letras, 1999. (El estrangulador).

Vázquez Montalbán, Manuel. O profeta impuro. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Galindez).

Vernant, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. (L'Univers, les dieux, les hommes).

Winckler, Martin. O mal de Sachs. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (La maladie de Sachs).

Versão português - francês:

Ivo, Gonçalo. Le livre des arbres. [Por: Rosa Freire d'Aguiar]. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. (O livro das árvores).

Adaptações português europeu - português brasileiro:

Duby, Georges (Org.). História medieval da Europa. [Por: Mário Dias Correia (edição portuguesa). Adaptação do texto e notas de Rosa Freire d'Aguiar (edição brasileira)]. São Paulo: Paz e Terra, 1997. (Histoire artistique de l'Europe).

Zimler, Richard. O último cabalista de Lisboa. [Por: Rosa Freire d'Aguiar] São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Obra própria

Furtado, Celso. Obra autobiográfica de Celso Furtado, 3 volumes. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

 
   

 

“O Compromisso da Tradução”

Rosa Freire d´Aguiar se formou em jornalismo na PUC do Rio de Janeiro, trabalhou em alguns dos mais importantes órgãos de imprensa do país, entre outros, nas revistas Manchete, Fatos&Fotos, Pais&Filhos, da Editora Bloch. Foi correspondente em Paris da revista Istoé e do Jornal da República, de São Paulo. Nessa época, entrevistou algumas personalidades do mundo literário e artístico como Georges Simenon, Roland Barthes, Rudolf Nureyev, Eugène Ionesco, Marc Chagall, e Salvador Dali. Nos anos 80 foi fembro do Conselho Editorial, editora e tradutora da Editora Paz e Terra, São Paulo. Em 1990 passou a ser tradutora da Companhia das Letras, atividades que continua a desempenhar até o dia de hoje.

Rosa Freire d´Aguiar já traduziu mais de sessenta livros, predominantemente das áreas de ciências humanas e literatura, das seguintes línguas: francês, inglês, italiano e espanhol. Entre os autores traduzidos por Rosa estão grandes nomes da filosofia e da história como Althusser e Fernand Braudel e clássicos do século XX como Julio Cortázar, Ernesto Sabato e Louis-Ferdinand Céline.

Celso Furtado

Celso Monteiro Furtado nasce a 26 de julho de 1920 em Pombal, no sertão paraibano, filho de Maria Alice Monteiro Furtado, de família de proprietários de terra, e Maurício de Medeiros Furtado, de família de magistrados. Após seus estudos secundários no Liceu Paraibano e no Ginásio Pernambucano do Recife, chega ao Rio em 1939, entra para a Faculdade Nacional de Direito e começa a trabalhar como jornalista na Revista da Semana. Em 1943, é aprovado no concurso do DASP para assistente de organização, indo trabalhar no Rio e em Niterói. No ano seguinte, cursa o CPOR, conclui o curso de Direito e é convocado para a Força Expedicionária Brasileira. Com a patente de aspirante a oficial, segue para a Itália, servindo, na Toscana, como oficial de ligação junto ao V Exército norte-americano, e sofre um acidente em missão durante a ofensiva final dos aliados no Norte da Itália.
Em 1946, ganha o prêmio Franklin D. Roosevelt, do Instituto Brasil-Estados Unidos, com o ensaio "Trajetória da democracia na América". Viaja para a França, inscreve-se no curso de doutoramento em economia da Universidade de Paris-Sorbonne, e no Instituto de Ciências Políticas. Envia reportagens para a Revista da Semana, Panfleto e Observador econômico e financeiro, entre outras, narrando sua experiência como integrante de uma brigada francesa de reconstrução de uma estrada na Bósnia, e sua participação no Festival da Juventude em Praga. Em 1948, é feito doutor em economia pela Universidade de Paris, com a tese "L'économie coloniale brésilienne", dirigida por Maurice Byé, obtendo a menção très bien. De volta ao Brasil, retoma o trabalho no DASP e junta-se ao quadro de economistas da Fundação Getúlio Vargas, trabalhando na revista Conjuntura econômica. Casa-se com Lucia Tosi.
Em 1949, instala-se em Santiago do Chile para integrar a recém-criada Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), órgão das Nações Unidas que se transformará na única escola de pensamento econômico surgida no Terceiro Mundo. Nasce seu filho Mário. No ano seguinte, quando o economista argentino Raúl Presbisch assume a secretaria-executiva da CEPAL, é nomeado Diretor da Divisão de Desenvolvimento, e até 1957 cumpre missões em diversos países do continente, como Argentina, México, Venezuela, Equador, Peru e Costa Rica, e visita universidades norte-americanas onde então se inicia o debate sobre os aspectos teóricos do desenvolvimento. É de 1950 seu primeiro ensaio de análise econômica, "Características gerais da economia brasileira", publicado na Revista brasileira de economia, da FGV. Em 1952, "Formação de capital e desenvolvimento econômico" é seu primeiro artigo de circulação internacional, traduzido para o International Economic Papers, da Associação Internacional de Economia.
Em 1953, preside no Rio o Grupo Misto CEPAL-BNDE, que elabora um estudo sobre a economia brasileira, com ênfase especial nas técnicas de planejamento. O relatório do Grupo Misto, editado em 1955, será a base do Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek. Em 1954, com um grupo de amigos, cria o Clube de Economistas, que lança a revista Econômica Brasileira. Nasce seu filho André. Em 1956, mora na Cidade do México, em missão da CEPAL. Passa o ano letivo de 1957-58 no King's College da Universidade de Cambridge, Inglaterra, a convite do professor Nicholas Kaldor. Aí escreve a Formação econômica do Brasil, que será seu livro mais difundido.
De volta ao Brasil, desliga-se definitivamente da CEPAL e assume uma diretoria do BNDE. É nomeado, pelo presidente Kubitschek, interventor no Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste. Elabora para o governo federal o estudo "Uma política de desenvolvimento para o Nordeste", origem da criação, em 1959, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com sede no Recife. Em 1961, como seu superintendente, encontra-se em Washington com o presidente John Kennedy, cujo governo decide apoiar um programa de cooperação com o órgão, e, semanas depois, com o ministro Ernesto Che Guevara, chefe da delegação cubana à conferência de Punta del Este, para discutir o programa da Aliança para o Progresso. Em 1962 é nomeado, no regime parlamentar, o primeiro titular do Ministério do Planejamento, quando elabora o Plano Trienal apresentado ao país pelo presidente João Goulart por ocasião do plebiscito visando a confirmar o parlamentarismo ou a restabelecer o presidencialismo. No ano seguinte deixa o Ministério do Planejamento e retorna à Superintendência da SUDENE, quando concebe e implanta a política de incentivos fiscais para os investimentos na região.
O Ato Institucional nº 1, publicado três dias depois do golpe militar de 31 de março de 1964, cassa os seus direitos políticos por dez anos. Têm início seus anos de exílio. Ainda em abril, aceita um convite para dar seminários em Santiago do Chile. Meses depois, em New Haven, Estados Unidos, será pesquisador graduado do Instituto de Estudos do Desenvolvimento da Universidade de Yale. Faz conferências em diversas universidades norte-americanas e participa de vários congressos sobre a problemática do Terceiro Mundo. Em 1965, muda-se para a França, a convite da Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade de Paris, e assume a cátedra de professor de Desenvolvimento Econômico. É o primeiro estrangeiro nomeado para uma universidade francesa, por decreto presidencial do general de Gaulle. Permanecerá nos quadros da Sorbonne por vinte anos. Em junho de 1968 vem ao Brasil pela primeira vez após sua cassação, a convite da Câmara dos Deputados. No correr do decênio de 1970, faz diversas viagens a países da África, Ásia e América Latina, em missão de agências das Nações Unidas. No mesmo decênio, é professor-visitante da American University, em Washington, da Columbia University, em Nova York, da Universidade Católica de São Paulo e da Universidade de Cambridge, onde é o primeiro ocupante da cátedra Simon Bolívar e é feito Fellow do King's College. Entre 1978-81, integra o Conselho Acadêmico da recém-criada Universidade das Nações Unidas, em Tóquio. No mesmo período, recebe um mandato do Commitee for Developement Planning, da ONU. Entre 1982-85, como diretor de pesquisas da Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, dirige em Paris seminários sobre a economia brasileira e internacional.
A partir de 1979, quando é votada a Lei da Anistia, retorna com freqüência ao Brasil, reinsere-se na vida política e é eleito membro do Diretório Nacional do PMDB. Casa-se com a jornalista Rosa Freire d'Aguiar. Em janeiro de 1985 é convidado pelo recém-eleito presidente Tancredo Neves para participar da Comissão do Plano de Ação do Governo. É nomeado embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas, assumindo o posto em setembro. Integra a Comissão de Estudos Constitucionais, presidida por Afonso Arinos, para elaborar um projeto de nova Constituição. Em março de 1986 é nomeado ministro da Cultura do governo do presidente José Sarney; sob sua iniciativa, é aprovada a primeira lei de incentivos fiscais à cultura. Em julho de 1988 pede demissão do cargo, retornando às atividades acadêmicas no Brasil e no exterior.
De 1987-90 integra a South Commission, criada e presidida pelo presidente Julius Nyerere, e formada por países do Terceiro Mundo para formular uma política para o Sul. Entre 1993-95 é um dos doze membros da Comissão Mundial para a Cultura e o Desenvolvimento, da ONU/UNESCO, presidida por Javier Pérez de Cuéllar. Entre 1996-98 integra a Comissão Internacional de Bioética da UNESCO. Em 1997 é organizado em Paris, pela Maison des Sciences de láHomme e a UNESCO, o congresso internacional "A contribuição de Celso Furtado para os estudos do desenvolvimento", reunindo especialistas do Brasil, Estados Unidos, França, Itália, México, Polônia e Suíça. No mesmo ano é criado pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo, com sede em Trieste, o Prêmio Internacional Celso Furtado, conferido a cada dois anos ao melhor trabalho de um cientista do Terceiro Mundo no campo da economia política. É Doutor Honoris Causa das universidades Técnica de Lisboa, Estadual de Campinas-UNICAMP, Federal de Brasília, Federal do Rio Grande do Sul, Federal da Paraíba e da Université Pierre Mendès-France, de Grenoble, França.
Em agosto de 1997 é eleito para a cadeira n. 11 da Academia Brasileira de Letras. Empossado em 31 de outubro, é saudado pelo Acadêmico Eduardo Portella.


 

Gentileza Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br

 

Fonte: http://www.pget.ufsc.br/curso/realizacoes.htm